
O vereador de Diadema José Hudsomar Rodrigues Jardim, o Zé do Bloco (Cidadania), vai tentar novamente cadeira na Câmara e, em entrevista ao Diário Regional, afirmou que entra na disputa com os pés no chão. “Hoje estou em um partido que sabemos que não vai ser fácil. Pode ter vereador que vai ficar de fora mesmo com votação muito alta”, disse. Destacou, ainda, a chapa formada pelo presidente da Câmara, Revelino Teixeira de Almeida, o Pretinho (DEM), e a ex-secretária Regina Gonçalves (PV), é a melhor opção para a cidade.
O sr. tem mantido boa votação nas últimas eleições. Qual a expectativa para este ano?
Na verdade, temos certa prática com eleição. Disputo eleição em Diadema desde 1996. Infelizmente, temos errado um pouquinho de partido. Em 2004 tive uma votação muito expressiva na cidade, com condições reais de ser vereador. No entanto, errei no partido. Embora de 1996 a 2000 eu tenha dobrado minha votação, de 2000 a 2004 tripliquei o número de votos. Em 2008 foi a mesma situação. Creio que não errei no partido, faltou voto realmente. Porém, fui muito bem votado e fiquei de suplente do Lauro (Michels), do Márcio (da Farmácia), da Marion (Magali Alves de Oliveira), e do José Dourado.
Depois, em 2012, deixei o PSDB junto com o Lauro, que tinha a proposta de se lançar a prefeito e fomos para o PV. Naquele ano acabei tendo votação expressiva novamente e fiquei na suplência. O Lauro, já prefeito, promoveu dois vereadores a secretários e acabei assumindo (cadeira na Câmara).
Tenho uma trajetória que muitos perguntam como venho mantendo uma votação tão expressiva. Não tem caído e vem crescendo, tanto que aumentei minha votação de 2012 para 2016 em quase mil votos, enquanto muitos perderam.
É difícil conquistar votos, mas eles são decorrência de trabalho e dedicação, de presença no bairro, de comprometimento e bom atendimento e, isso, fazemos muito bem. Tenho trabalho consistente na região norte da cidade. Agora, vamos novamente para a disputa e as perspectivas são as melhores possíveis. Saíram algumas pesquisas na cidade que mostram que o Zé do Bloco está bem. Não que tenha elas como parâmetro, porque dão uma leitura do momento, mas não reflete a realidade lá na frente.
Estamos aí com os pés no chão para a disputa. Hoje estou em um partido que sabemos que não vai ser fácil. Pode ter vereador que vai ficar de fora mesmo com votação muito alta. É um partido que acolheu seis vereadores e sabemos que não elege os seis. Temos essa consciência. Com os pés no chão, acreditamos que três vão chegar lá.
A vitória é muito boa. Quando a gente entra em uma disputa é lógico que é para ganhar, mas temos de estar preparados para a derrota. Para a vitória você não precisa estar preparado, mas para a derrota sim, porque ela machuca. Ela é pesada.
Sempre tive na minha cabeça que estar vereador não é uma profissão, temos nossa vida pessoal. Estamos ali para somar. Mesmo quanto vereador a nossa vida particular tem de continuar. Se conseguir me eleger muito bem, mas sempre trabalhei para a comunidade independente de ter mandato.
Não sou como muitos que somem depois que perdem a eleição. Continuo trabalhando. É algo que tenho dentro de mim. Gosto de ajudar. Creio que seja por isso que tenho uma sequência de votação muito boa. Não era vereador, mas desde 2004 estou sendo votado como se fosse. Então vamos pôr à prova nosso trabalho e, se Deus quiser que dê certo, maravilha, do contrário, vamos continuar trabalhando do mesmo jeito e ajudando a comunidade.
Como foi deixar a Câmara com a volta do Márcio da Farmácia?
Quando fui empossado em 2013, devo confessar que tinha um desenho em minha cabeça do que ia fazer, mas não é bem assim e a gente acaba caindo na realidade. O meu primeiro mandato (ainda como suplente) foi de aprendizado. Aliás, na Câmara tudo é aprendizado. Quando estava tudo preparado e achei que ia entrar nos trilhos veio o corte e tive de sair com dois anos e meio. O Márcio teve um problema de saúde e teve de retornar, aí fiquei meio frustrado porque não consegui realizar o que pretendia como vereador.
Saí da Câmara no meio de 2015 e tive de andar como antes de ser vereador. Assim que sai da Câmara imediatamente montei um escritório porque queria continuar a dar suporte para as pessoas. Então, tirei meu foco da Câmara e intensifiquei o trabalho junto à comunidade. Acredito que isso não foi mal para mim, porque retornei e com louvores. Muitos dos vereadores que ficaram não conseguiram se manter. A saída me alertou e continuei trabalhando. Ganhei a eleição e voltei para a Câmara.
Como o sr. analisa a atuação da Câmara?
Temos um cenário na cabeça, mas a realidade é aquela da Câmara, Aprovamos projetos, mas nem sempre são colocados em prática. Aí, temos até de fazer uma reflexão: por que os projetos são aprovados, mas não são acatados pelo prefeito? Não é problema de recursos, porque nossos projetos não necessitam de verbas para ser executados. Então, isso frustra a gente. Tem vereador que é cheio de projetos, mas me aponte um que está na ativa. Essas coisas me deixam bem frustrado, porque gostaríamos que a lei, que é importante para a população, fosse seguida de verdade.
Em relação a outros trabalhos, tenho convicção que correspondemos bastante. Aprovamos leis importantes do Executivo, mas sempre olhamos para o posicionamento da oposição, porque temos de tirar das críticas pontos que podem ser mudados e aperfeiçoados. Em nossas reuniões que temos com o Executivo para debatemos projetos, levamos em consideração os pontos que eles batem, porque do contrário podemos aprovar alguma coisa errada. Um exemplo é a lei do resíduo (usina de lixo), que considero fundamental. Ela tem alguns pontos que acabamos avaliando o que a oposição estava criticando e foram mudados, porque tinham razão.
Costumo fizer que ser vereador é interessante, porque muitas vezes você pensa uma coisa e na realidade é outra. O importante é estar ao lado do governo, como estamos, mas corrigir o que eles mandam. Não aprovamos tudo do jeito que mandam. Quando a lei chega para votação, já foi pincelada por nós.
Falando em usina de lixo, a oposição tem feito críticas ao projeto.
Na verdade, aprovamos a concessão. Depois disso, outros projetos vieram agregar essa concessão. Não é uma coisa que está aprovada, vai lá e faz. Tem alguns pontos que ainda, inclusive, precisam passar pela Câmara. No meu ponto de vista a usina é essencial. Não temos mais lugar para jogar lixo. O (aterro) Lara (em Mauá) daqui a dois anos para e daí precisaremos levar para o interior, que é mais longe e custo subirá muito. Essa usina, no meu ponto de vista, além da destinação correta do resíduo, vai gerar energia, renda, empregos. Temos de nos adequar às mudanças. Logicamente, algumas mudanças pesam e são problemáticas, mas têm de ser feitas. Não podemos achar que vamos jogar resíduos ao ar livre para sempre sem consequências. Ninguém pode parar no tempo. Temos de olhar para frente e caminhar para o futuro.
Como avalia a chapa governista que vai disputar o Paço?
A nossa chapa, creio, é a melhor que tem na cidade. O Pretinho, dentre todos os candidatos, hoje tem condições reais de ganhar a eleição. O Pretinho tem um coração muito bom e a vontade muito grande de transformar nossa cidade. Creio que a periferia será o foco dele. De levar o que ainda falta nessas regiões. Então, precisamos de uma pessoa que tenha esse olhar e o Pretinho tem.
Como avalia a administração municipal?
Nestas eleições vamos colocar em xeque tudo que foi feito nos dois governos do Lauro, os quais considero que foram muito bem feitos e trabalhados. Hoje temos na cidade equipamentos que jamais teríamos se o município continuasse nas mãos do governo que estava. Por exemplo, hoje temos o Poupatempo, que presta um serviço maravilhoso na cidade.
Porém, tem um trabalho desenvolvido na cidade que quero destacar, e isso é mérito da Regina, que é a licença ambiental que deu o direto à prefeitura de entrar no Sítio Joaninha e transformar a região. Quem conheceu o local antes, vê que foi uma das maiores conquistas desta administração. Se o governo não tivesse realmente a vontade da mudança, aquilo não teria acontecido.
Esta cidade era refém de propostas de mudanças que nunca aconteciam. Falo que não é um documento em si. É uma carta de alforria do povo, que foi tirado das garras de políticos que usavam a regularização para ganhar a eleição e depois esqueciam. Trinta anos. Hoje vemos que a regularização em Diadema está andando a passos largos.
Tenho cá meus problemas com o Lauro, mas sob meu ponto de vista, fez uma boa administração da cidade. Passamos por anos de problemas econômicos e agora temos a pandemia. Ele resolveu muitos problemas. Tínhamos sequestro de verbas da prefeitura. Resolveu o problema da Saned. Então, tenho de admitir que, dentro do possível, fez uma boa administração.
Gostaria de saber qual é a pesquisa e onde acha lá , a qual vereador citou