
No momento em que a pandemia de covid-19 acelera, o ABC pode avançar à Fase 3 do Plano São Paulo de flexibilização da quarentena. Segundo o secretário estadual de Desenvolvimento Regional, Marco Vinholi, a melhora na ocupação de leitos de Terapia Intensiva (UTIs) na região metropolitana pode credenciar a Capital e os 38 municípios do entorno a receber a cor amarela, que permite a abertura de bares, restaurantes e salões de beleza.
A nova classificação do Plano São Paulo será divulgada na próxima sexta-feira (26) pelo governador João Doria (PSDB). Desde o último dia 15, a região metropolitana está na Fase 2 (laranja), que permite o funcionamento de shoppings, comércio de rua, imobiliárias, concessionárias de veículos e escritórios, além das atividades essenciais previstas na Fase 1 (vermelha).
“Houve melhora nas taxas de internação na Capital e na Grande São Paulo, taxas negativas. Nossa expectativa é de que, até a próxima sexta-feira, a gente possa continuar com essa melhora. Não consigo cravar (a região metropolitana na Fase 3) porque teremos de observar os dados do fim de semana e até quarta-feira. Não sei se (avança) ainda esta semana, mas caminha rumo ao amarelo”, disse Vinholi, em entrevista ao jornal Bom Dia SP, da TV Globo.
O secretário refere-se ao índice de ocupação dos leitos de UTI na região metropolitana de São Paulo, que está em 68,8% – abaixo, portanto, dos 70%, que é o máximo permitido para avançar à Fase 3. Especificamente no ABC, a taxa está em 66%.
O dado que preocupa em relação ao ABC é o da evolução da pandemia. Na última sexta-feira, os sete municípios somaram 709 casos de covid-19 – recorde para o período de 24 horas – com 13 mortes, segundo balanço do Consórcio Intermunicipal, divulgado ontem.
Com isso, a região acumula 14.616 casos de covid-19, com 964 óbitos. A julgar pela evolução da doença nos últimos dias, o ABC deve superar a marca simbólica de mil vidas perdidas ainda nesta semana.
Vale lembrar que, para definir em que fase cada região está no Plano São Paulo, o governo do Estado leva em consideração indicadores de capacidade hospitalar (ocupação em leitos de UTI e número de leitos de covid-19 por 100 mil habitantes) e de evolução da pandemia (número de casos, internações e de óbitos pela doença).
Outro indicador que preocupa no ABC é o de isolamento social. No último domingo, a adesão da população à quarentena variou de 45%, em Mauá, a 51%, em Ribeirão Pires.
Em Ribeirão Pires – município que, deste o início da pandemia, é o que mais adere ao isolamento social no ABC –, a taxa (51%) é a menor para domingos desde o início da quarentena.