Punido horas antes do inédito GP do Catar, Max Verstappen largou no sétimo lugar neste domingo (21) e alcançou a segunda colocação ainda na quinta volta. A reação, contudo, não foi suficiente para impedir a segunda vitória seguida de Lewis Hamilton, que largou na pole position e terminou na mesma posição, tornando-se o primeiro piloto da Fórmula 1 a vencer uma corrida no Circuito Internacional de Losail, palco de uma etapa da categoria pela primeira vez.
O terceiro lugar ficou com o radiante Fernando Alonso, de volta ao pódio após sete anos. O espanhol de 40 anos não ficava entre os três primeiros desde 2014, quando foi o segundo colocado do GP da Hungria. “Já se passaram sete anos, mas finalmente chegamos lá. A equipe foi excelente e a confiabilidade do carro é ótima no momento. Esperei tanto por isso e estou muito feliz”, disse Alonso após a corrida.
Com a nova vitória, a 102ª da carreira, Hamilton chegou aos 343,5 pontos, oito atrás de Verstappen, líder com 351.5. “Foi uma corrida bastante direta no final, e foi um ótimo trabalho da equipe, porque realmente precisávamos dos pontos. Ter vitórias consecutivas é uma grande sensação e nos prepara bem para as duas corridas finais”, disse o britânico da Mercedes, que venceu o GP do Brasil em uma corrida histórica na semana passada e deu uma volta de comemoração segurando a bandeira brasileira.
Neste domingo, o piloto levantou outra bandeira. Em um posicionamento político contra leis discriminatórias do Catar, Hamilton entrou na pista vestindo capacete pintado pelo brasileiro Raí Caldato com uma versão da bandeira LGBTQIA+ criada pelo designer Daniel Quasar. A arte acrescenta novas cores ao símbolo para valorizar outros grupos marginalizados, como transgêneros e intersexuais.
Duas horas antes do início da corrida, a Federação Internacional de Automobilismo (FIA) anunciou punições a Max Verstappen e Valtteri Bottas. Segundo colocado do treino classificatório, o holandês da Red Bull perdeu cinco posições por ter ignorado a sinalização de bandeira amarela dupla e teve de largar no sétimo lugar. O finlandês da Mercedes, até então dono do terceiro lugar do grid, desrespeitou uma bandeira amarela e perdeu três posições, caindo para sexto.
Assim, o francês Pierre Gasly e o veterano espanhol Fernando Alonso largaram em segundo e terceiro, respectivamente, atrás de Hamilton. A largada do britânico foi muito boa, sem dar chances de ultrapassagem para Alonso, que logo tomou a segunda posição de Gasly.
Verstappen assumiu o quarto lugar, diminuindo o prejuízo da punição, e precisou de cinco voltas para alcançar Alonso, ultrapassá-lo e ficar com a vice-liderança. Bottas, outro punido do dia, não teve a mesma eficiência do holandês na largada e caiu para o 11º lugar, mas na 24ª volta já estava em terceiro, ultrapassando Alonso no momento em que o espanhol parou nos boxes para colocar pneus duros.
Abaixo das três primeiras colocações, a briga para tentar uma chance no pódio ficou quente conforme Sergio Perez avançava na pista. Na volta 29, o mexicano travou duelo intenso com Alonso, que se defendeu bem, e conseguiu assumir a quarta colocação para deixar o top 4 dividido entre Mercedes e Red Bull.
O próximo passo de Perez foi roubar o terceiro lugar de Bottas, frustrado por um problema que deixou seu pneu totalmente destruído. O piloto da Mercedes teve de ir aos boxes e despencou na classificação. Enquanto isso, Hamilton, companheiro de equipe do finlandês, mantinha a consistência para não deixar Verstappen ameaçar sua liderança.
Perez perdeu a terceira colocação para Alonso quando precisou parar e voltou no sétimo lugar, iniciando nova fase de recuperação na corrida. Ao chegar à sexta posição, viu o então quinto colocado Esteban Ocon, parceiro do espanhol na Alpine, defender a posição “como um leão”, como foi possível ouvir Alonso pedir ao se comunicar com a equipe no rádio. Ocon lutou bravamente, mas foi ultrapassado. Ainda assim, ajudou o companheiro tirando tempo do adversário.
Verstappen forçou o quanto pôde na reta final, inclusive fazendo a volta mais rápida da corrida, em 1min23s61, importante para aumentar a pontuação. Apesar de não ter conseguido superar Hamilton, que abriu boa vantagem à frente, o holandês satisfez a Red Bull com o feito. Bottas, com danos do carro, não completou a prova, enquanto Perez não conseguiu tirar o terceiro lugar de Alonso e terminou em quarto.
Agora, restam apenas duas etapas para o fim da temporada. A próxima será na Arábia Saudita, no próximo domingo, enquanto a última está marcada para 12 de dezembro, em Abu Dhabi, nos Emirados Árabes.
1º – Lewis Hamilton (Mercedes), em 1h24min28s471
2º – Max Verstappen (Red Bull), a 25s743
3º – Fernando Alonso (Alpine), a 59s457
4º – Sergio Pérez (Red Bull), a 1min20s306
5º – Esteban Ocon (Alpine), a 1min20s570
6º – Lance Stroll (Aston Martin), a 1min21s274
7º – Carlos Sainz Jr. (Ferrari), a 1min21s911
8º – Charles Leclerc (Ferrari), a 1min23s126
9º – Lando Norris (McLaren), a uma volta
10º – Sebastian Vettel (Aston Martin), a uma volta
11º – Pierre Gasly (AlphaTauri), a uma volta
12º – Daniel Ricciardo (McLaren), a uma volta
13º – Yuki Tsunoda (AlphaTauri), a uma volta
14º – Kimi Räikkönen (Alfa Romeo), a uma volta
15º – A.Giovinazzi (Alfa Romeo), a uma volta
16º – Mick Schumacher (Haas), a uma volta
17º – George Russell (Williams), a duas voltas
18º – Nikita Mazepin (Haas), a duas voltas
Nicholas Latifi (Williams)
Valtteri Bottas (Mercedes)