Vereador em Santo André, Eduardo Leite prega união contra o coronavírus e afirma que o SUS precisa ser aperfeiçoado

Vereador em Santo André, Eduardo Leite (PT) afirmou, em entrevista exclusiva ao Diário Regional, que o sistema de saúde não está preparado para a pandemia do novo coronavírus e fez análise das ações municipais, estaduais e do presidente Jair Bolsonaro.

Uma de suas principais bandeiras de seu  mandato tem sido a saúde pública. Como o senhor vê a pandemia  do covid-19? O sistema de saúde está preparado para enfrentar essa crise?

O sistema não está preparado. Apesar de o SUS (Sistema Único de Saúde) ser  referência para muitos países, não é perfeito. Precisa ser aperfeiçoado. Por isso, existe a necessidade desse distanciamento, desse isolamento das pessoas, para que o Poder público tenha tempo para preparar novos leitos de UTI e adquirir insumos para r lidar de forma eficaz com o pico de casos do novo coronavírus. Sou um defensor do SUS, mas sei que ainda há muito a se fazer.

Santo André tem tomado várias atitudes no combate ao coronavirus. Estão funcionando?

Não em Santo André, mas vários prefeitos e governadores estão lidando com um problema que nunca enfrentaram. Eu,  por exemplo, que tenho 43 anos  estou vivendo pela primeira vez uma pandemia.  Porém, acredito que a Prefeitura de Santo André vem adotando medidas importantes.

A postura do presidente Jair Bolsonaro tem sido questionada por muitos brasileiros e até no exterior. Qual a sua avaliação?

É a pior postura possível, tanto que o mundo inteiro, com exceção da Bielorrússia, vem condenando as atitudes do nosso presidente. Ao invés de chamar a atenção das pessoas para a gravidade do problema; ao invés de escutar as autoridades sanitárias e tentar unir as pessoas, prefere escutar seus filhos –  que diga-se de passagem,  têm um QI questionável –  e busca sempre desunir a população,  criticando a imprensa e os especialistas. Busca sempre, ainda, a disputa política.

Existe  preocupação com a economia, o que é importante  e que, com certeza,  será impactada. Há saídas?

Esse é um momento grave. Então,  temos de nos unir e tratar do problema com serenidade. Precisamos de medidas drásticas nesse momento,  pensando sempre em salvar vidas em primeiro lugar. O impacto econômico é inevitável. Porém,  se a saúde entrar em colapso,  além de perdemos mais vidas, esse impacto econômico será pior, pelo menos é o que estamos assistindo acontecer com Itália, Estados Unidos e Espanha, para citar alguns exemplos.

Há quem defenda a destinação do fundo eleitoral para o combate ao coronavirus, outros defendem a redução dos salários dos políticos pela metade. Como o senhor avalia essa questão? 

São medidas possíveis e justificáveis a depender do impacto na economia como estamos prevendo. Sem dúvida, todas as pessoas serão afetadas pela crise e terão de assumir responsabilidades para a superarmos, principalmente a classe política.

Nesses tempos de pandemia, o que os vereadores podem fazer em suas cidades?

Neste momento,  podemos sugerir medidas para o prefeito, acompanhar as ações governamentais e informar a população, já que muitas pessoas estão assustadas e recorrem a nós, por sermos formadores de opinião. Precisamos agir com responsabilidade e bom senso.

Qual avaliação o senhor faz do governo Paulo Serra?

Prefiro não fazer esse tipo de avaliação. Acredito que é um momento em que precisamos nos unir, independente de partido e ideologia. Temos um inimigo comum, um vírus, e neste momento nossa energia precisa ser utilizada para ajudar a derrotá-lo.

O PT terá candidatura própria na cidade. O seu nome até chegou a ser ventilado para essa posição. Há chances de um grande embate na cidade ou o PT ainda não se recuperou?

Assim como na resposta anterior, eu gostaria de fazer essa avaliação no outro momento.

O que gostaria de falar para os munícipes neste momento de quarentena por conta do covid-19?

Quero reforçar a todas as pessoas a importância de continuarmos tratando este problema com seriedade e seguindo as orientações das autoridades sanitárias. Tenho certeza que com solidariedade, união e disciplina, juntos nós podemos salvar muitas vidas, especialmente das pessoas mais vulneráveis e aquelas mais suscetíveis às complicações provocadas pelo coronavirus.