
Ainda em recuperação do forte tombo provocado pela pandemia de covid-19, as vendas de veículos novos no país registraram em outubro o sexto mês consecutivo de aumento sobre o mês anterior e o melhor resultado deste ano.
Entre automóveis, comerciais leves, caminhões e ônibus foram emplacadas pouco mais de 215 mil unidades no mês passado. O volume é 3,5% superior ao apurado em setembro, mas 15,1% inferior ao licenciado em outubro de 2019 (veja gráfico ao lado).
Os dados têm como base o Registro Nacional de Veículos (Renavam) e foram divulgados ontem (4) pela Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave), entidade que representa as concessionárias.
“O mercado vem, gradativamente, retomando bons patamares de venda. Ainda que com o mesmo número de dias úteis (21) de setembro, tivemos em outubro o maior volume de emplacamentos de 2020”, afirmou o presidente da Fenabrave, Alarico Assumpção Júnior.
Porém, no acumulado de janeiro a outubro, as vendas de veículos recuaram 30,4% frente ao volume dos dez primeiros meses de 2019, para 1,59 milhão de unidades – refletindo a paralisação do setor no auge da pandemia.
Para o fechamento do ano, a Fenabrave projeta queda de 28,9% nos emplacamentos, para 1,98 milhão de unidades.
SEGMENTOS
No corte por segmentos, o de carros e utilitários leves somou 205,2 mil unidades vendidas em outubro, alta de 3,3% em relação a setembro, mas queda de 14,9% ante igual mês de 2019. Trata-se também do melhor desempenho do ano.
“Isso reforça nossa expectativa de retomada para o mercado de automóveis e comerciais leves. Notamos que os clientes estão mais confiantes e têm tomado a decisão de compra, que é facilitada pela maior oferta de crédito”, comentou Assumpção Júnior.
No acumulado do ano, as vendas de carros e comerciais leves tiveram retração de 30,9%, para 1,5 milhão de unidades.
No segmento de pesados, as vendas de caminhões subiram 7,8% frente a setembro, mas recuaram 16,1% ante outubro de 2019, somando quase 8 mil unidades. O resultado leva os licenciamentos desde janeiro para 70,6 mil unidades, com queda de 16,2%.
“O mercado de caminhões segue aquecido, mas a falta de componentes ainda causa problemas na produção. Por isso operamos com pedidos até para abril de 2021 em alguns modelos”, disse Assumpção Júnior.
O segmento de ônibus teve 1,8 mil unidades emplacadas em outubro, alta de 19,9% ante o apurado em setembro. No acumulado do ano, porém, há queda de 33,8%, para 14,9 mil unidades. O nicho é o que registra o pior desempenho em 2020, devido às dificuldades enfrentadas pelas empresas de transporte em decorrência da pandemia.