
A venda de veículos novos cresceu 113,6% em junho em relação a maio, com o emplacamento de 132,8 mil unidades, em soma que considera veículos leves e pesados. Os números foram divulgados nesta quinta-feira (2) pela Federação Nacional de Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave), que representa as concessionárias.
O volume registrado em junho apresenta queda de 40,5% se comparado a igual mês do ano passado. No acumulado do primeiro semestre, foram licenciados 808,8 mil veículos, recuo de 38,2% sobre a primeira metade do ano passado.
No corte por segmentos, destaca-se a venda de caminhões – que, pela primeira vez desde o início da pandemia, do novo coronavírus apresentou crescimento em um mês na comparação com igual mês do ano passado. Foram vendidas 8,7 mil unidades em junho, alta de 12,3% em relação a junho de 2019 e de 85% sobre os emplacamentos de maio.
Único a crescer na comparação interanual em junho, o segmento de caminhões foi menos afetado pela pandemia, pois conseguiu manter alguma demanda de transportes durante a crise, em especial de produtos essenciais. Porém, o mercado ainda amarga queda no primeiro semestre, com a venda de 37,6 mil unidades, baixa de 19,7%.
No mercado de veículos leves, que agrega automóveis e comerciais leves, as vendas somaram 122,7 mil unidades em junho, alta de 116,8% na comparação com maio, mas retração de 42,5% em relação a junho do ano passado. De janeiro a junho, foram licenciadas 763,2 mil unidades, recuo de 38,9%.
No caso dos ônibus, a venda atingiu 1,3 mil unidades no sexto mês do ano, alta de 58% sobre o resultado de maio, mas contração de 34,1% ante o número de junho do ano passado. No primeiro semestre, a venda de ônibus acumula 7,8 mil unidades emplacadas, queda de 36,5% na comparação com igual período de 2019.
O presidente da Fenabrave, Alarico Assumpção Jr., destacou que a pandemia do novo coronavírus, iniciada na segunda quinzena de março, impactou, negativamente, no balanço do primeiro semestre do setor. “A queda já era esperada, em função do atual cenário, considerando os efeitos da pandemia, que obrigou o fechamento do comércio e o isolamento social durante longo período. Porém, quando avaliamos o mês de junho, na comparação com maio deste ano, já observamos expressiva melhora, explicada pelo retorno das atividades dos Detrans, principalmente, em São Paulo, que representou 32,1% das vendas nacionais, e da reabertura das concessionárias, para vendas, na Capital paulista e em outras localidades”, explicou.
Para Assumpção Júnior, o aumento de vendas em junho reflete, parcialmente, possíveis vendas represadas e realizadas em maio, enquanto os Detrans não estavam operando. Também revela a melhora nos índices de confiança por parte do consumidor e empresários, “principalmente, em segmentos como de motos e caminhões, que só não tiveram resultados melhores pela falta de produtos, já que as montadoras estão retomando a produção aos poucos e de forma reduzida”.
REVISÕES
A Fenabrave passou a prever queda de 37,1% para o mercado de veículos leves novos em 2020, conforme anunciado nesta quinta-feira. A projeção anterior, feita antes da pandemia do novo coronavírus, era de alta de 9%.
Se a estimativa da Fenabrave se confirmar, 2020 terminará com 1,672 milhão de emplacamentos de veículos leves, que agregam automóveis e comerciais leves.
Também houve revisão para o mercado de caminhões. A estimativa passou de alta de 24% para retração de 18,6%. Com a nova projeção, o segmento tende a terminar o ano com a venda de 82,8 mil unidades. A previsão para ônibus foi alterada de avanço de 16% para recuo de 39,1%, para 16,5 mil unidades.
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