O comércio varejista do ABC ainda não chegou ao “fundo do poço” e a recuperação do setor vai depender da restauração da confiança dos consumidores e da redução do desemprego e das taxas de juros.
É o que mostra o ACVarejo, levantamento mensal da Associação Comercial de São Paulo (ACSP) elaborado com base em informações fornecidas pela Secretaria de Estado da Fazenda (Sefaz).
A pesquisa revela que o faturamento do varejo ampliado do ABC – que inclui veículos e materiais de construção – caiu 11,6% em termos reais (descontada a inflação) em agosto ante o mesmo mês do ano passado. Sem os dois setores, o resultado é semelhante (-10,9%). Trata-se do 21º mês seguido de queda nesse tipo de comparação.
No acumulado do ano até agosto, a retração no faturamento é de 7,1%.
“Esses resultados negativos continuam sendo explicados pelo maior desemprego, pela contração do crédito e pela queda na renda das famílias, o que puxa para baixo a confiança do consumidor e a disposição para comprar”, disse Alencar Burti, presidente da ACSP e da Federação das Associações Comerciais do Estado de São Paulo (Facesp).
Autopeças crescem
A crise levou o consumidor a investir mais na manutenção de seu veículo, ao invés de trocá-lo. Como resultado, o varejo de autopeças e acessórios foi o único com crescimento nas vendas nos primeiros oito meses do ano.
No Estado de São Paulo, onde há recorte nos dados por segmento, o de autopeças cresceu 3% sobre o mesmo período de 2015.
Por venderem produtos essenciais, mais resistentes à crise, os setores de supermercados (-3,3%) e farmácias e perfumarias (-1,5%) foram os que caíram menos no acumulado de janeiro a agosto.