Os candidatos ao Paço de Diadema, o atual prefeito Lauro Michels (PV) e o vereador Wagner Feitoza, o Vaguinho (PRB), participaram ontem (26) de debate promovido pelo portal G1, o último antes do segundo turno, que acontece domingo (30). Os postulantes repetiram as propostas que vêm sendo apresentadas, mas concentraram as atenções em ataques mútuos.
No primeiro bloco os postulantes fizeram perguntas sobre temas sorteados pelo mediador. Vaguinho começou questionando Michels sobre educação e o acusou de ter fechado quatro creches, além de não ter entregue as seis que estavam previstas em seu plano de governo. “É assim que o senhor vai continuar governando?”, perguntou.
O verde negou que tenha fechado as unidades e acusou o vereador de ser “mal informado” e “viver em uma cidade fantasiosa”. “Inauguramos três creches e temos outras duas em obra. Abrimos 13,5 mil vagas em creches, além de aumentarmos o valor per capita pago às conveniadas, de R$ 270 para R$ 444”, afirmou.
No segundo bloco Michels aproveitou o tema livre da pergunta para questionar Vaguinho a cerca de sua opinião sobre a Lava Jato. O republicano afirmou que apoiava a investigação, mas destacou que preferia tratar da cidade, ao que Michels respondeu que o vereador estava sendo apoiado pelo “Filippi da Lava Jato, ex-prefeito, que quebrou a cidade”, em referência ao ex-prefeito José de Filippi Junior (PT), que foi prefeito do município por três mandatos.
Vaguinho negou que tenha conversado formalmente com Filippi sobre apoio à sua campanha, mas destacou que seria bem-vindo, já que o petista tem experiência de três mandatos como prefeito, além de já ter sido deputado federal. “O senhor devia olhar quem está do seu lado, que é o Gilson Menezes (PDT), que foi quem quebrou a Saned (Companhia de Saneamento de Diadema ) e a ETCD (Empresa de Transportes Coletivos de Diadema)”, acusou.
Ausência
Lauro Michels cobrou Vaguinho pela ausência no encontro promovido pelo Centro das Indústrias do Estado de São Paulo (Ciesp) com empresários e industriais da cidade, marcado para a última terça-feira (25). “Você falou que foram fechadas 1,2 mil indústrias na cidade e nem foi conversar com os empresários”, declarou o verde.
O vereador justificou que avisou um dia antes aos organizadores e negou que tenha feito tal declaração. “Em momento nenhum falei em 1,2 mil indústrias. O que falei foi que existem mais de mil galpões vazios na cidade. Perdemos 25% das empresas nos últimos três anos e meio. Vamos criar no Poupatempo um setor para atender empresários e comerciantes e um cadastro imobiliário para sabermos quantos imóveis vazios temos no município”, concluiu.
José de Filippi confirma apoio à candidatura de Vaguinho ao Paço
O ex-prefeito de Diadema José de Filippi Junior (PT) confirmou apoio à candidatura do vereador Wagner Feitoza, o Vaguinho (PRB). Oficialmente, o PT, que teve o vereador Manoel Eduardo Marinho, o Maninho, derrotado no primeiro turno, ficando em terceiro lugar, liberou seus militantes e filiados para apoiar quem quiserem. Os seis parlamentares da bancada petista já haviam declarado apoio a Vaguinho.
“Tenho a certeza do que Diadema não precisa: de mais quatro anos desta atual administração. Um prefeito sem compromisso e com nenhuma capacidade de gestão não deve continuar. Vou votar no Vaguinho neste segundo turno porque ele representa a mudança. Nossa cidade precisa ter um prefeito que saiba governar e faça do jeito certo. Por isso, agora, meu apoio é para o Vaguinho. Voto 10!”, declarou o petista.
Filippi foi prefeito de Diadema em três gestões e era o nome mais cotado para disputar a administração novamente em 2016. No entanto, alegando falta de interesse na disputa, deixou que o partido decidisse qual candidato iria participar do pleito, o que quase levou a sigla a um processo de prévias. Citações em delações da Operação Lava Jato e um episódio de condução coercitiva para depor na Polícia Federal enterraram de vez a possibilidade do ex-prefeito participar da eleição.