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Trabalhadores da Scania rejeitam 5% de reajuste mais abono e entram em greve

Trabalhadores rejeitam proposta da Scania durante assembleia realizada na empresa. Foto: Edu Guimarães/SMABC

Os trabalhadores da Scania, em São Bernardo, iniciaram ontem (16) greve por tempo indeterminado por aumento de salário. Em assembleia realizada pela manhã, os funcionários rejeitaram a proposta de reajuste apresentada pela empresa, de 5% mais abono.

Com data-base no dia 1º de setembro, os metalúrgicos pedem 9,62%, que é a infla­ção acumulada em 12 me­ses pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC).

Segundo o coordenador do Comitê Sindical de Empresa (CSE) na Scania, Regis Guedes, os trabalhadores foram orientados a comparecer à montadora diariamente. Haverá um rodízio nas áreas afetadas. “Faremos uma greve estratégica, paralisando a cada dia um setor diferente”, explicou.

A proposta rejeitada também previa a manutenção do atual nível de emprego por 12 meses, reposição integral da inflação pelo INPC em 2017 e um adicional – caso a produção atinja ou supere 16 mil unidades no ano – de 0,5% a cada mil fabricadas. Para este ano, o volume de produção projetado para a planta de São Bernardo é de 14 mil unidades, entre caminhões e ônibus.

“A luta dos metalúrgicos na Scania visa alcançar a reposição da inflação pelo INPC”, afirmou Carlos Caramelo, di­retor do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC e trabalhador na montadora. “Estamos abertos ao diálogo para construir alternativas que atendam as expectativas dos trabalhadores. Enquanto isso não ocorrer continuaremos mobilizados”, prosseguiu.

Entre as montadoras da base, somente na Scania a campanha salarial ainda está em andamento. Nas demais, o reajuste deste ano já está previsto em acordos firmados anteriormente, com validade para mais de um ano. Ao todo, a Scania tem atualmente 3,2 trabalhadores, sendo 2 mil na produção.

De janeiro a setembro, a Scania registrou queda de 15,9% no emplacamento de caminhões e de 24,7% no de ônibus na comparação com o mesmo período do ano passado, segundo dados da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea). Na mesma comparação, o setor de pesados como um todo encolheu 30,7%.

Mercedes-Benz

Em agosto, a “vizinha” Mer­cedes-Benz fechou acordo com o sindicato no qual os trabalhadores abriram mão do reajuste salarial deste ano em troca de estabilidade no emprego até 2017.

O acordo previa a adesão de 1.400 funcionários ao Programa de Demissão Voluntária (PDV) aberto pela empresa, mas só mil aderiram. Por isso, 400 foram demitidos. Outros 500 trabalhadores tiveram os contratos suspensos até fevereiro do próximo ano.

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