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Temer projeta queda ‘pouco a pouco’ da taxa Selic ao patamar de um dígito

O presidente Michel Temer afirmou ontem (12) que, “pouco a pouco”, a taxa básica de juros da economia, a Selic, vai “sair dos dois dígitos para um dígito só”. Temer, porém, não deu prazo para que isso ocorra.

Na última quarta-feira, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central surpreendeu o mercado e anunciou redução da Selic em 0,75 ponto porcentual, para 13% ao ano.

“Uma coisa que perturba a vida industrial e o setor de serviços é a questão dos juros. Juros muito altos desestimulam quem quer investir (na produção). Neste breve período (no governo), primeiro foi 0,50 (ponto percentual de redução na Selic), ontem (quarta) foi 0,75”, disse Temer. “Sem que eu queira dar palpite na área financeira, nós vamos nessa toada, digamos assim, pouco a pouco sair dos dois dígitos para um dígito só, em matéria de juros na economia brasileira”, prosseguiu.

O presidente esteve em Praia Grande, na Baixada Santista, para a inauguração de uma escola municipal batizada com o nome de um de seus irmãos, Fued Temer, morto em 1995.

Em entrevista coletiva concedida ao final do evento, Temer foi questionado sobre a redução da taxa básica de juros e respondeu que se trata de projeção. “Há uma projeção – nada certo, evidentemente – no sentido de que os juros caiam paulatinamente, porém, responsavelmente. Is­so já teve repercussão no mercado financeiro. Os bancos já começaram também a re­duzir as suas taxas de juros”, disse o presidente.

Medidas

Durante o discurso, o peemedebista buscou destacar medidas adotadas por seu governo que considera positivas para a recuperação econômica do país.

“Precisamos injetar recurso na economia brasileira. Há pouco tempo tivemos uma ideia, fruto dos diálogos do nosso governo, que nos permitiu liberar todas as contas inativas do FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço). Essa decisão representa mais ou menos R$ 30 bilhões – que, a partir de fevereiro, começarão a ser sacados. Vamos esclarecer isso até em propaganda pela televisão”, afirmou.

Ainda segundo o presidente, medidas de seu governo levaram à redução dos juros do crédito rotativo do cartão de crédito.

“O crédito rotativo tinha juros de 480%. Eu chamei o dirigente da área econômica e falei ‘Assim não dá, não. Não vamos tolerar isso’. Conversamos e ajustamos, porque nada neste governo é feito de cima para baixo, e conseguimos que os juros viessem a menos da metade, portanto a 180% mais ou menos”, afirmou.

Um grupo de cerca de 50 pessoas protestou em frente à escola em que a cerimônia foi realizada com cartazes de “Fora, Temer” e contra a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) do teto de gastos, já aprovada no Congresso.

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