A taxa de desemprego anual no ABC aumentou de 12,5% em 2015, para 16,3% no ano passado, com redução nos rendimentos médios reais de ocupados e assalariados. No último mês de 2016, no entanto, houve recuo para 15,5%, em relação aos 16% registrados em novembro.
Os números integram a Pesquisa de Emprego e Desemprego (PED), realizada pela Fundação Sistema Estadual de Análise de Dados (Seade) e pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), em parceria com o Consórcio Intermunicipal, divulgada ontem (27).
A taxa de desemprego anual nos sete municípios é a mais alta desde 2004, quando atingiu 18,3%. Trata-se do terceiro aumento anual consecutivo, refletindo a persistência da crise econômica. No entanto, a partir do segundo semestre, a taxa começou a cair, ressaltou Cesar Andaku, economista do Dieese, durante a apresentação da PED.
“Na segunda metade de 2016, podemos notar que a taxa diminui, mas esse recuo não foi suficiente para compensar a piora no primeiro semestre, principalmente devido ao fechamento de postos de trabalho”, afirmou Andaku.
Em 2016, o total de desempregados na região foi estimado em 230 mil pessoas; o de ocupados, em 1,178 milhão, e a População Economicamente Ativa (PEA), em 1,408 milhão. O nível de ocupação no ABC recuou 3,8% e o contingente de desempregados aumentou em 55 mil pessoas.
A retração do nível de ocupação ocorreu em todos os setores de atividade. O destaque foi a indústria, com a eliminação de 25 mil postos de trabalho (recuo de 8,8%), especialmente para o segmento de metalmecânica, que recuou 13,1%, com perda de 20 mil vagas. Nos serviços, que responde por 54,4% do total de ocupados da região, foram eliminados 8 mil postos (-1,2%).
Os rendimentos médios reais de ocupados caíram 8,0%, para R$ 2.133, e os dos assalariados retraíram 7,3%, para R$ 2.220.
Projeção
Para 2017, a expectativa para o mercado de trabalho da região ainda é negativa, afirmou o economista do Dieese. “Nossa projeção é que o PIB (Produto Interno Bruto) fique próximo da estabilidade neste ano. Por outro lado, notícias como a queda da taxa de inflação e a liberação de saques de contas inativas do FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço), se confirmadas, podem ter efeito nas vendas do comércio e na redução do endividamento das famílias”, disse Andaku.