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Suely Nogueira: ‘não buscamos privilégios, nem benefícios. Queremos igualdade e justiça’

Suely Nogueira: ‘não buscamos privilégios, nem benefícios. Queremos igualdade e justiça’
Suely: “mais mulheres precisam fazer valer seus interesses nas decisões dos partidos”. Foto: Divulgação

No mês em que se comemora o Dia Internacional da Mulher (8), o Diário Regional conversou com a vereadora de São Caetano
Suely Nogueira (MDB), que falou sobre a participação feminina na política, a cota de gênero nas eleições e o cenário político no ABC para as eleições deste ano. Confira a entrevista.

Como a senhora vê a baixa representatividade da mulher na política do ABC e em nível nacional?

A igualdade da mulher na política prossegue sendo um desafio. Não se trata de conceder às mulheres vantagens ora negadas aos homens, mas de dar a elas o mesmo tratamento que eles recebem. Se queremos promover mudanças na política institucional, precisamos promover mudanças nos partidos. Mais mulheres precisam atuar na política, participar das decisões partidárias e possuir expressividade na distribuição dos recursos. Mais mulheres precisam fazer valer seus interesses nas decisões dos partidos.

Em sua opinião, o que falta para as mulheres terem maior participação tanto no Legislativo quanto Executivo?

Coragem e acreditar que é possível. Temos de batalhar para que haja mais mulheres em todos os âmbitos, esse simples fato vai fazer reduzir o preconceito. Nós, mulheres, não precisamos de vozes, precisamos de oportunidades. Não buscamos privilégios, nem benefícios. Queremos igualdade e justiça.

A cota para participação das mulheres nas eleições é efetiva?

Com o veto às coligações proporcionais, partidos políticos têm feito uma corrida interna para ampliar o número de mulheres dispostas a se lançar em campanha. Como a nova regra obriga que a partir deste ano cada legenda tenha, de forma independente, ao menos 30% de nomes femininos nas urnas, partidos que não alcançarem esse porcentual vão ter de barrar homens na eleição.

Em eleições anteriores, quando a cota de gênero já estava valendo, mas o veto às coligações ainda não, os partidos se coligavam e valia a média de candidaturas femininas do bloco. Na prática, uma legenda podia salvar a outra. Agora, é cada uma por si. Além de estabelecer porcentagem mínima de candidaturas de mulheres, as regras eleitorais determinam que os partidos destinem ao menos 30% de sua verba do Fundo Eleitoral para as campanhas femininas.

Como senhora analisa o cenário político em São Caetano e no ABC?

A oito meses das eleições, o cenário é de articulação nas legendas e muita conversa entre partidos, lideranças. As eleições deste ano vão editar novo cenário político devido ao fim das coligações. As mudanças vão garantir mais lisura ao processo eleitoral e uma disputa mais justa e igualitária entre os concorrentes. Que a sabedoria, o respeito e bom-senso estejam presentes sempre.

Acredita em polarização nas eleições do município?

Será inevitavelmente mais um ano de polarização. Po­rém, acredito que será mais forte em cidades onde há uma disputa enraizada entre partidos, como em Santo André e São Bernardo.

Qual projeção faz quanto à participação de seu partido nas eleições do ABC?

Sempre trabalhando por novas ideias e projetos para uma cidade mais forte, mais desenvolvida.

Qual é sua avaliação dos primeiros anos de governo de João Doria (PSDB) e de Jair Bolsonaro?

Avalio o governo Bolsonaro positivo. A aprovação da reforma da Previdência impacta positivamente, pois traz ânimo maior à economia e alguma coisa já está começando a movimentar. Tanto é que, em 2019, houve geração de quase 1 milhão de novos empregos formais. Mesmo os empregos informais têm impacto positivo na avaliação das pessoas. Já Dória precisa trabalhar melhor a segurança pública, oportunidade de empregos.

Que análise faz de seu mandato?

Atuante e muito trabalho. São mais de 40 anos de vida pública em prol da população de São Caetano. Sou comprometida e batalho diariamente para transformar a realidade no município, auxiliando a melhorar da nossa política no mundo real. Além de propor projetos de lei que vão ao encontro dos anseios da comunidade

Quais projetos de sua autoria destaca?

Em homenagem ao Dia Internacional da Mulher, vou destacar alguns projetos em defesa dos direitos das mu­lheres como o ofício encaminhado ao governo do Estado para a instalação de uma Delegacia de Defesa da Mu­lher com funcionamento 24 horas. Também encaminhei à administração pública solicitação para criação do Centro de Referência de Atendimento à Mulher (CRAM), um espaço destinado a prestar acolhimento e atendimento humanizado às mulheres em situação de violência, proporcionando atendimento psicológico e social, além de encaminhamentos jurídicos necessários à superação da situação de violência.

Apresentei ainda projeto para a criação da Ronda Maria da Penha, que visa visitas às residências das vítimas beneficiadas por Medida Protetiva de Urgência, a fim de fiscalizar o seu devido cumprimento, bem como auxiliar a vítima e seus familiares com acompanhamento psicológico a assistencial, além do projeto que proíbe agressores de mulheres e meninas a assumir cargos públicos, entre outras ações.

O que trouxe para seu mandato de sua vivência pessoal, inclusive no meio sindical?

O zelo e a empatia para o próximo. Sempre gostei e trabalhei na área da saúde, aonde pude ajudar muita gente que necessitava de uma atenção, uma palavra cari­nhosa, um olhar singelo. Enfim, ser tratada com respeito.

Quais os planos para o futuro?

Continuar sendo a melhor esposa, mãe, avô… Respeitar, ajudar ao próximo e batalhar por uma sociedade melhor para todos.

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