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Sem impacto da covid-19, calote caiu 3,3% em março na região

Sem impacto da covid-19, calote caiu 3,3% em março na região
Inadimplência deve crescer na esteira do aumento do desemprego e da perda de renda. Foto: Arquivo

A brusca interrupção na ati­vidade econômica decorrente da quarentena adotada para con­ter a pandemia de covid-19 não se refletiu nos dados de ina­dimplência do ABC em março.

Indicador do birô de crédito Boa Vista mostra que o número de negativações – ou seja, de no­vos registros de dívidas vencidas e não pagas – caiu 0,7% em março na comparação com fevereiro. Ante o mesmo mês do ano passado, houve retração de 3,3%.

Os dados referem-se a seis dos sete municípios – não incluem Rio Grande da Serra. “Os efeitos da pandemia só devem ser sentidos a partir de abril, já que as restrições ao comércio e à circulação de pessoas come­ça­ram na segunda semana de mar­ço”, explicou Flavio Calife, economista da Boa Vista.

O especialista lembrou que a inadimplência vinha mantendo trajetória descendente no ABC desde o ano passado, devido à maior cautela das famílias na obtenção de crédito, decorrente da capacidade de endi­vi­damento limita­da pelo fraco crescimento da renda. Agora, entretanto, a situação deve mudar.

Pesquisa feita pela consul­toria alemã Roland Berger revela que o desemprego já bateu na porta de quase um terço das famílias brasileiras de renda mais baixa desde que começou a quarentena. O emprego é, pelo lado do consu­mi­dor, a variável de maior impacto na inadim­plência.

As medidas de isolamento social também impõem perda de rendimento às famílias.

“Com as restrições agora impostas, a tendência é de ele­vação de inadimplência para este ano. O quanto aumentará vai depender da efetividade das medidas adotadas (pelo go­ver­no) para reduzir os efeitos da crise, como os auxílios aos trabalhadores e o apoio à sustentação das empresas nes­se período”, afirmou Calife.

O levantamento revela ain­da que o número de consumidores no ABC que limpa­ram seu nome em março – e que, por isso, fo­ram excluídos dos re­gistros de ina­dimplência – recuou 0,2% em relação a fevereiro e 1,8% con­tra o mesmo mês de 2019.

Combinados, os dados de inclusão e exclusão de registros su­gerem que, se manteve em dia o pa­gamento de suas contas, o consumidor não tem conseguido quitar dívidas antigos e sair do cadastro de inadimplentes.

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