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Santo André promove Setembro Amarelo com alerta para prevenção do suicídio entre jovens

Santo André promove Setembro Amarelo com alerta para prevenção do suicídio entre jovens
Prefeitura traz atividades a cerca do tema; 2º fórum de prevenção do suicídio é destaque da programação. Foto: Alex Cavanha/PSA

A entrada de setembro marca a saúde pública por trazer a tona o debate sobre a prevenção ao suicídio. O tema tem chamado a atenção pela ocorrência de desafios como o da “Baleia Azul” e “Boneca Momo”, colocando em risco a integridade de jovens. Em Santo André, a Prefeitura, por meio da Secretaria de Saúde, e em parceria com o Centro de Valorização da Vida (CVV), programou ao longo do mês atividades, que debatem políticas a respeito do tema, e que evidenciam a importância de cuidar da saúde emocional e não banalizar transtornos mentais.

Nesta edição, a campanha tem como foco a prevenção na adolescência. A psicóloga Tânia Regina Santos Maia, que realiza atendimento de adolescentes no Centro de Especialidades I, afirma que esta preocupação tem sido frequente no meio em que atua. “Quando eu recebo pela primeira vez o pais desses adolescentes (os pacientes), a maioria me sinaliza que os fi­lhos já fizeram alguma tentativa nesse sentido ou eu eles estão com receio dos filhos tentarem”, destacou.

pesar da situação complexa, Tânia Regina afirmou que com atenção, é possível perceber e agir antes do pior acontecer. “Antes de haver a tentativa de suicídio, a pessoa primeiro tem uma ideia, um pensamento de tirar uma dor, fazer aquilo que está sentindo morrer. É nesse momento que precisamos prestar atenção, quando sinalizam esse pensamento de fazer algo contra si. Isso pode ser uma fantasia de pular de um prédio, tomar medicamento (sem orientação médica) ou a automutilação.” A profissional alerta para sinais de que algo não está bem como isolamento, falta de vontade de realizar atividades que antes eram animadoras, afastamento de amigos e até o uso de roupas de mangas longas, que podem esconder automutilação.

O diálogo com a pessoa em sofrimento deve ser a principal ferramenta para o primeiro acolhimento, para isso, não se deve adotar uma abordagem condenatória ou que relati­vize a situação, com expressões do tipo “você tem de tudo, não sei porque fica assim” ou “você não sabe o que é ter problemas de verdade”.

Nesse sentido, a psicóloga reforça. “Se a conversa começa com uma bronca, a pessoa não vai se sentir a vontade para se abrir. É preciso escutar sem julgamento e não ter preconceito ou tratar como tabu a ajuda profissional. Não existe uma cartilha que explica de como ser pai ou mãe, a tentativa de acertar também leva ao erro. O que digo sempre aos pais é que o amor com que tratam o filho, vai permanecer para sempre, essa entrega, esse carinho, vai fazer o filho saber para onde pode voltar”, pontuou.

Nos últimos 10 anos, o município registrou 231 casos de suicídio, sendo que destes 169 vítimas eram do gênero masculino. Entre 2016 e 2017, houve aumento de 28% nos casos, registrando por ano, 28 e 36 mortes, respectivamente. Já em 2018, na cidade, de acordo os últimos registros do Sistema de Informação sobre Mortalidade (SIM), o número de suicídios caiu para quatro.

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