
A Sabesp está iniciando o processo de despoluição de 25 córregos dentro do
Novo Rio Pinheiros, que tem o objetivo de devolver o rio limpo para a
população até 2022. O investimento do projeto, que é uma das prioridades
do Governo do Estado de São Paulo, é de aproximadamente R$ 1 bilhão e
inclui ações socioambientais para engajar a população na recuperação dos
cursos-d’água. O primeiro córrego a receber obras será o Zavuvus, na zona
sul de São Paulo. A licitação para ampliar a coleta de esgoto na região
foi lançada na quinta (20/6).
A principal novidade do Novo Rio Pinheiros é a adoção de inovações
tecnológicas em áreas de habitações irregulares, onde o esgoto acaba
lançado nos córregos porque a ocupação não deixou espaço para a instalação
de coletores. Nesses locais, a Sabesp estuda, entre outras possibilidades,
implantar estações especiais que vão tratar a vazão de esgoto do próprio
curso-d’água.
Outro ponto importante será a adoção do contrato de performance, uma forma
moderna de contratação de serviços que alinha com a iniciativa privada o
objetivo final: a melhoria da qualidade da água do córrego. Com esse
modelo, a empresa fica responsável por todas as obras de ampliação e
adequação do sistema de esgoto e sua remuneração depende do resultado.
Quanto mais limpa ficar a água maior será a compensação financeira. Para
avaliar a performance, serão consideradas metas como o total de novos
imóveis conectados à rede e a qualidade da água do córrego. Das 25
sub-bacias, 16 terão contratos de performance. As demais receberão ações
realizadas pela própria Sabesp.
No Zavuvus, as obras vão beneficiar 173 mil moradores, num investimento de
R$ 85 milhões, podendo chegar a R$ 94 milhões a depender o desempenho da
empresa contratada. A expectativa é que em dois anos e meio ocorra uma
melhoria acentuada na qualidade da água do córrego, com perspectiva de
retomada de vida aquática. Com 7,8 km de extensão, o Zavuvus deságua no
Rio Jurubatuba, um canal do Pinheiros próximo da Represa Guarapiranga.
Os outros córregos que estão no programa são: Jaguaré, Vila Hamburguesa,
Pirajussara, Boaçava, Jockey/Cidade Jardim, Bellini, Morumbi, Alto De
Pinheiros, Cachoeira/Morro do S, Corujas, Ponte Baixa, Rebouças, Socorro,
9 de Julho, Sapateiro, Uberaba, Traição, Água Espraiada, Cordeiro, Chácara
Santo Antônio, Pouso Alegre, Santo Amaro, Poli e Pedreira.
Além de contribuir para a melhoria do rio, o Novo Rio Pinheiros vai
beneficiar diretamente 3,5 milhões de pessoas que moram nas imediações (o
equivalente à metade da população da cidade do Rio de Janeiro), com
melhoria da qualidade de vida e do meio ambiente, e será um incentivo à
economia paulista, com a criação de empregos e renda.
EDUCAÇÃO E ENGAJAMENTO
O Novo Rio Pinheiros é uma ação realizada pela Sabesp e outros órgãos
estaduais coordenados pela Secretaria de Infraestrutura e Meio Ambiente. A
despoluição dos córregos requer também a participação efetiva da
população, seja para se conectar à rede de esgoto já existente, seja para
descartar adequadamente o lixo. Jogado na rua, o lixo vai parar nas
galerias de drenagem da água da chuva e nos córregos, contribuindo para a
poluição.
Para engajar a população, a operação nos córregos incluirá ações de
educação ambiental nos bairros e em espaços lúdicos, onde haverá palestras
com temas ambientais e mostras sobre o andamento e o legado das obras. No
Zavuvus, o espaço ficará nas proximidades da Estação Jurubatuba da CPTM.
O Novo Pinheiros atua em diversas frentes de trabalhos da Sabesp e do
Governo de São Paulo para despoluir o rio e devolvê-lo limpo à população.
Uma delas é o programa Córrego Limpo, feito desde 2007 em parceria com a
Prefeitura de São Paulo, para melhorar a qualidade da água dos mananciais,
rios e córregos da capital. Já foram despoluídos 152 córregos. Além do
meio ambiente, os benefícios chegam às pessoas que moram próximas dos
cursos-d’água por meio de adequações no sistema de esgotamento sanitário,
limpeza, manutenção e educação ambiental.
O Projeto Tietê, que também engloba o Pinheiros, foi iniciado em 1992 para
a criação de infraestrutura para coleta, transporte e tratamento de
esgotos. Desde o seu início, a mancha de poluição do rio Tietê diminuiu de
530 km para 122 km, uma redução de 77%. Os dados são auditados pela SOS
Mata Atlântica. Com investimento de US$ 3 bilhões no projeto, mais de 10
milhões de paulistas passaram a ter coleta e tratamento de esgoto, com a
coleta passando de 70% para 87%, e o tratamento, de 24% para 70%.