Após pedido formal feito pelo prefeito Carlos Grana (PT), a Companhia de Saneamento Básico de São Paulo (Sabesp) aumentou, a partir deste mês, a vazão média de água enviada ao município de 1.900 litros por segundo para 2.100 litros por segundo, conforme informou o Serviço de Saneamento Ambiental de Santo André (Semasa), autarquia responsável pela gestão de água na cidade.
“Com a vazão mais baixa até agosto, várias regiões da cidade, em especial os bairros do 2º Subdistrito, sentiram problemas de falta de água. Com o aumento, o resultado imediato foi a redução drástica nos problemas de abastecimento relatados pela população”, informou o Semasa por meio de comunicado.
O aumento no volume de água teria ocorrido após ofício enviado por Grana ao presidente da Sabesp em 23 de agosto. No documento, o prefeito solicitou a retomada da vazão de água que Santo André recebia em 2014. A estimativa é que o fornecimento tenha sido reduzido em ao menos 23%. O prefeito também argumentou que de 2014 para cá, houve aumento significativo da de demanda, devido à construção de novas moradias.
“Em março passado, o próprio governador Geraldo Alckmin (PSDB) anunciou o ‘fim da crise hídrica’. Portanto, não se justificava o fato de Santo André continuar a receber uma quantidade menor de água, medida que foi imposta à sua população a pedido da Sabesp, mas aceita pelo prefeito como forma de colaborar com o governo estadual”, diz a nota do Semasa.
Apesar da entrega de mais água, a autarquia municipal estima que para normalizar complemente o abastecimento, Santo André ainda precisa receber outros 270 mil litros por segundo. “A vazão média atual permite que o Semasa faça a distribuição da água com mais equilíbrio para toda a cidade, mas principalmente para os bairros do 2º Subdistrito, entre eles o Jardim Ana Maria, Parque Erasmo Assunção, Parque Novo Oratório, Parque Capuava, Jardim Rina e Jardim Itapoã”, afirmou a empresa.
O impasse sobre o fornecimento de água para a cidade se arrasta desde o início do ano e caminha paralelamente à judicialização da disputa sobre o valor da dívida que a cidade possui junto à Sabesp. Em junho, a empresa estadual chegou a ameaçar Grana com pedido de prisão por desobediência judicial. A prefeitura, por sua vez, alega que a concessionária atua para pressionar possível concessão da gestão de saneamento. Grana, no entanto, rechaça cessão dos serviços, mas afirma estar aberto para negociar participação da empresa na gestão do saneamento municipal.