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S10 LTZ Flex 4×4 automática: matemática na caçamba

S10 LTZ Flex 4x4 automática: matemática na caçamba
Em termos estéticos, a S10 LTZ preserva o visual robusto da geração lançada em 2012, mo­dernizado pelo facelift apresentado
no ano passado. Foto: Luiza Kreitlon/AutoMotrix

LUIZ HUMBERTO MONTEIRO PEREIRA
AutoMotrix

A capacidade de permitir a flexão do chassi torna as picapes sobre longarinas as mais procuradas para o off-road pesado. Essa configuração só existia no Brasil com motor a diesel, até que, em 2007, a General Motors lançou a S10 Flex, que roda com gasolina ou etanol. Inicialmente, era ofere­cida apenas com câmbio manual, mas surgiu em 2017 a configuração 4×4 flex automática – com direito à opção com acabamento mais sofisticado, a LTZ 2.5.

Atualmente, a S10 LTZ 2.5 flex 4×4 automática parte de R$ 201.890, valor R$ 41.900 abai­xo da configuração LTZ automática com tração nas quatro rodas e motor 2.8 a diesel. Embora a configuração movida a diesel tenha mais prestígio, principalmente para quem gosta de off-road, a diferença entre os preços mantém a competitividade da versão 4×4 flex.

Em termos estéticos, a S10 LTZ preserva o visual robusto da geração lançada em 2012, mo­dernizado pelo facelift apresentado no ano passado. Na versão top de linha com motor flex da picape, a frente tem duas largas barras cromadas sobre a grade preta estilo colmeia e o grande logo dourado da Chevrolet aparece na posição tradicional, no centro – apenas a versão top a diesel High Country recebeu o emblema deslocado para a direita e em dimensões mais discretas, uma frente inspirada na Colorado norte-americano.

Assim como os faróis, as lanternas são halógenas, com luzes diurnas de LED. As carenagens dos retrovisores cromadas com repetidores de setas, as maçanetas externas cromadas e as ro­das de alumínio de 18 polegadas com interior escurecido reforçam o vistoso estilo “rural chique”. O santantônio envolvente traz mais volume para a caçamba de 1.329 litros, que é o maior da ca­tegoria e traz capota marítima.

Entre os itens de série da S10 LTZ 2.5 flex 4×4 automática figuram direção elétrica progressiva, seletor eletrônico de tração 4×2, 4×4 e reduzida, alerta de colisão frontal, assistente autônomo de frenagem em emergência com detector de pedestres (atua entre 8 km/h a 80 km/h) e de saída de faixa, assistente de partida em rampa, controle eletrônico de estabilidade e tração, luzes frontais e traseiras em LED e a câmera de ré digital de alta resolução.

A central multimídia com tela sensível ao toque de oito polegadas interage com Andoid Auto e Apple CarPlay. O sistema de concierge OnStar permite enviar indicações de lugares e estabelecimentos diretamente do Waze ou do Google Maps para a tela do veículo. A picape média é equi­pada de série com seis airbags (frontais, laterais e de cortina).

O motor 2.5 SIDI Flex com injeção direta de combustível da S10 LTZ entrega 197/206 cavalos a 6 mil giros e 26,3/27,3 kgfm de torque a 4.400 rpm, com gasolina/etanol. A potência com etanol fica sutilmente acima da versão com o motor a diesel Duramax 2.8 CDTI, com seus 200 cv, mas o torque da configuração a diesel é 86,8% maior (51 kgfm). Os demais atributos das duas versões de motorização são praticamente idênticos, inclusive a transmissão automática de seis velocidades com tecnologia Clutch to Clutch – que, segundo a GM, deixa o câmbio com agilidade semelhante à de um automatizado de dupla embreagem – a versão flex tem programação específica.

CONTAS

Decidir se a LTZ 2.5 Flex 4×4 automática é a melhor opção ou se vale a pena pagar mais pela versão LTZ a diesel requer que se faça algumas contas. Segundo as avaliações do Inmetro, a S10 LTZ 2.5 Flex 4×4 automática obtém médias de 5 km/l na cidade e 6,2 km/l na estrada com etanol e 7,4 km/l na cidade e 9 km/l na estrada com gasolina. No mesmo acabamento LTZ, a configuração a diesel automática com motor 2.8 apontou 8,7 km/l na cidade e 10,6 km/l na estrada – ambas as versões de motor receberam as mesmas notas C na categoria e D no geral nos testes do Inmetro.

Para calcular qual motorização representa o melhor negócio, será preciso contabilizar não apenas a diferença nos custos de compra dos modelos, mas também saber se o uso no off-road é muito intensivo – a versão a diesel tem maior torque, o que ajuda nas trilhas – e estimar os gastos com combustível, dependendo da região onde se costuma rodar e da quilometragem. Como o custo por km é maior com etanol ou gasolina em comparação com o diesel, o tempo que se leva para reaver no abastecimento os quase R$ 42 mil da diferença de preços entre as duas versões dependerá da quilometragem feita. Grosso modo, pode-se dizer que o motor a diesel só se torna financeiramente mais interessante para os heavy users – quem roda acima de 5 mil quilômetros mensais.

Bruta e cordial

Embora não tenha a “exube­rância” das versões a diesel, que oferecem torque expressivamen­te maior, o motor 2.5 da S10 LTZ flex cumpre com desembaraço a tarefa de deslocar os 1.934 kg da picape pelas ruas e estradas. O câmbio automático de seis velocidades gerencia bem a atividade do motor e entrega desempenho convincente, tanto no uso urba­no como nas rodovias. Quem gosta tem a opção de fazer trocas sequenciais na alavanca. No off-road, a picape mostra va­len­tia, com os modos 4×4 e 4×4 re­duzida cumprindo a tarefa de aju­dar a transpor obstáculos. Obvia­men­te, os 24 kgfm de torque a menos que na ver­são a diesel fazem di­feren­ça nas trilhas mais árduas.

Como contrapartida, além do preço menor, outra vantagem das versões flex em relação às a diesel é a redução nos ruídos e na trepidação do motor. O moto­rista quase se esquece que guia um veículo com longos 5,41 metros de comprimento – para quem o dirige, nem parece assim tão comprido. Na hora de parar, os sensores de estacionamento dianteiro e traseiro e a câmera de ré com linhas-guia mostram seu valor. A direção eletricamente assistida é leve nas manobras de estacionamento e ganha consistência conforme aumenta a velocidade.

Como é normal nas picapes médias sobre longarinas, altas e com suspensão elevada, as rolagens de carroceria na S10 são perceptíveis em curvas mais fechadas, principalmente nas feitas de forma acelerada. Os alertas de colisão frontal com frenagem automática e de saída de faixa, assim como os contro­les eletrôni­cos de tração e estabilidade, são efi­cientes e ajudam a corrigir exces­sos no acele­rador ou distrações.

A BORDO

Há tempos, o conforto e as tecnologias típicas dos SUVs se alastraram pelas picapes médias. Na versão LTZ 2.5 flex 4×4 automática da S10, embora o es­tilo não seja dos mais ousados e privilegie a rusticidade característica dos utilitários, toques como o uso de couro nos revestimentos agregam alguma sofisticação. O estribo ajuda no acesso e a tarefa de encontrar a melhor posição de dirigir é facilitada pelo banco do motorista com ajustes elétricos. Há ajuste de altura para o volante, mas falta o de profundidade. Os plásticos rígidos predominam, mas são bem montados e agradáveis ao toque.

A central multimídia touchscreen MyLink3 interage com smartphones Android e IOS e tem GPS nativo. O modelo ain­da pode oferecer internet 4G a bordo (que gera mensalidade) para até sete dispositivos. O volante multifuncional facilita a vida de quem dirige, e a transmissão au­tomá­tica torna os engarrafa­mentos menos cansativos. A configuração mais recente do sistema de assistência online OnStar marca presença na picape.

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