O prefeito de Santo André, Paulo Serra (PSDB), em reunião realizada ontem (17) com representantes do Sindicato dos Médicos do Grande ABC (Sindmed), acertou o pagamento do 13º salário dos médicos que prestam atendimento na cidade. Segundo acordado durante a reunião, a administração municipal pagará o montante de R$ 4.194.371,53 em duas parcelas: em 30 deste mês e 28 de fevereiro.
A prefeitura andreense também se comprometeu a pagar R$ 110.801,67, referente à folha dos residentes, e mais R$ 228.688,91, para horas extras e adicional noturno dos médicos. “Estamos cumprindo nosso compromisso com a categoria dos médicos de colocar os atrasados em dia, mesmo herdando a maior dívida da história da cidade, em mais de R$ 300 milhões. Estamos cortando, enxugando a máquina, contingenciando o orçamento, além de cortar cargos comissionados, carros oficiais e telefones corporativos”, destacou Paulo Serra.
Segundo o prefeito, as primeiras ações, nos 17 dias de governo, visando à recuperação financeira da cidade, possibilitaram cumprir o acordo. “O esforço é grande, mas aos poucos colocaremos a casa em ordem também na saúde”, afirmou o tucano.
Na última semana, Serra anunciou o contingenciamento de 60% do orçamento do município, sendo 25% por conta da diferença entre o valor real e o valor enviado à Câmara e 35% por conta da dívida herdada da gestão anterior, que ultrapassa os R$ 300 milhões. A determinação foi feita após avaliação do histórico de estimativas e valores executados em anos anteriores na prefeitura.
Para que o efeito do contingenciamento seja minimizado foi formada uma Comissão de Controle Orçamentário (CCO), com técnicos que estão fazendo a análise de área por área, obedecendo a porcentagem exigida por lei para o funcionamento de pastas prioritárias, como Saúde e Educação.
Problemas na saúde
Em dezembro, médicos, enfermeiros e agentes de saúde de Santo André pararam o atendimento em várias unidades e no Centro Hospitalar devido ao não pagamento do 13º e dos salários. A paralisação afetou o atendimento para exames e consultas, sendo realizado apenas os casos de urgência. A falta de pagamento atingiu os profissionais contratados pela Fundação do ABC, que administra os serviços de saúde no município.
Em meados de dezembro, a prefeitura, ainda sob gestão de Carlos Grana (PT), acordou que o pagamento dos salários seria feito em duas parcelas, sendo a primeira em 16 de dezembro e a segunda em 27 do mesmo mês. À época, a Fundação do ABC informou que recebe dinheiro da prefeitura para repassar aos funcionários.
A Fundação do ABC é responsável por gerenciar vários equipamentos de saúde da região, como os Ambulatórios Médicos de Especialidades (AMEs) de Mauá e Santo André; os hospitais de Clínicas, Anchieta e Municipal Universitário, em São Bernardo; o Mário Covas e o Hospital da Mulher, em Santo André;, o Complexo Hospitalar Municipal de São Caetano; e o Hospital Nardini, em Mauá, além de diversas Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) e Unidades Básicas de Saúde (UBSs).
Em Mauá, os funcionários vinculados à FUABC também sofreram com atraso nos salários e o 13º. Segundo a prefeitura, o atraso nos pagamentos era decorrente das “dificuldades financeiras enfrentadas no fim de ano”.