
Barragem da mina Feijão, da mineradora Vale, em Brumadinho, na região metropolitana de Belo Horizonte, se rompeu na tarde de sexta-feira (25), atingindo a área administrativa da empresa e a comunidade da Vila Ferteco. O rompimento, que fez o país relembrar da tragédia em Mariana, ocorrida em 2015, pode resultar em perdas humanas ainda maiores. Segundo o governo de Minas, há sete mortos e cerca de 150 pessoas desaparecidas; outras 279 foram resgatadas com vida. Bombeiros socorreram cinco feridos e os encaminharam ao Hospital João 23, em Belo Horizonte.
Construída em 1976, a barragem 1 da Vale acumulava 12,7 milhões de metros cúbicos de rejeitos de minério e não recebia material havia três anos. Não há informações sobre a causa do acidente.
Nas ruas de Brumadinho, o desespero podia ser visto nas ruas. Parte dos moradores teve de deixar suas casas, parte saiu em busca de informações de familiares e amigos. Ao lado do desespero, houve também solidariedade: vizinhos abriram suas casas e muitos se ofereceram como voluntários no socorro às vítimas.
Recém-chegado de Davos, o presidente da Vale, Fabio Schvartsman, admitiu que, apesar de o dano ambiental ser menor do em Mariana, o humano será maior. “Os mais afetados serão os nossos funcionários”, afirmou, citando que a barragem fica em uma zona rural, com baixa densidade populacional. Após o acidente, as ações da Vale negociadas nos Estados Unidos caíram cerca de 10%
Logo após o rompimento, o presidente Jair Bolsonaro lamentou a tragédia em sua conta do Twitter e informou que três ministros seguiriam para Brumadinho. O governo federal organizou um gabinete para acompanhar a crise e determinou o imediato envio de tropas militares de Juiz de Fora para a região atingida.
Três anos após o rompimento da barragem da Samarco que destruiu o distrito de Bento Rodrigues, também em Minas, a Lei de Segurança das Barragens, que endureceria a fiscalização e a punição aplicada às empresas no caso de acidentes, não foi aprovada. O promotor de Justiça Guilherme de Sá Meneghin, que atuou no caso, afirmou que o novo rompimento está longe de ser uma surpresa e não se pode falar em acidente. “Esse modelo de barragem está sujeito ao desastre”, disse.