
Raí, executivo de futebol do São Paulo, concedeu entrevista coletiva ontem (12), no CT da Barra Funda, e apontou a queda de produção da equipe no segundo turno do Brasileirão como preponderante para a demissão de Diego Aguirre, anunciada no domingo (12) à noite.
O dirigente negou problemas de vestiário – a relação com Nenê poderia ser o estopim para a saída do treinador.
“Entendo a surpresa de vocês com a decisão, até porque foi uma decisão difícil. O mais fácil seria manter as coisas como estavam. Foi uma decisão encabeçada por mim. Quero deixar bem claro isso. A decisão da saída dele (Aguirre) foi algo discutido, amadurecido internamente”, afirmou Raí.
“Tínhamos decido, mas ainda não compartilhado com o Diego. Pelo rendimento nas últimas dez rodadas, o trabalho não havia surtido efeito. Não houve reação. Nessas partidas nem a comissão técnica nem os jogadores satisfizeram. Estava difícil”, prosseguiu.
Raí negou qualquer problema com Nenê. “Expliquei que não têm nada a ver com uma pessoa (específica). Foi uma sequência. Entendemos que pode aumentar nossa chance de chegar ao G4 (com a saída de Aguirre). Houve momentos em que o Nenê mostrou insatisfação. A gente reprova. Falamos com ele. Desta vez também. São mais suposições (de que Nenê não teria comemorado o gol com Aguirre). Ele saiu do jogo com o Corinthians, irritado, não satisfeito. Quando entrou no jogo estava com muita vontade. Não teve peso (a situação de Nenê com Aguirre)”, completou Raí.
Até o final da temporada, quem vai ficar no comando será André Jardine, que era técnico das categorias de base até o ano passado e fora promovido em 2018 para auxiliar do profissional. No entanto, nem todos dentro do Morumbi entendem que a efetivação do gaúcho de 39 anos seja o caminho correto a seguir. Ex-jogador e ídolo da torcida, Raí encara Jardine como o nome ideal. Porém, o dirigente não o confirmou no cargo em 2019.
“Jardine faz parte da comissão permanente. Óbvio que não (está descartado sua efetivação). Ele faz parte e vai continuar fazendo parte da comissão permanente”, afirmou.
O dirigente foi o grande incentivador da integração do treinador da base à equipe principal. Também apoiou o então auxiliar a viajar à Europa, em outubro, para fazer intercâmbio e conhecer um pouco mais da cultura futebolística de outros países.
DEMISSÃO
Raí deixou muito claro que não havia ficado satisfeito com o desempenho do São Paulo no empate por 1 a 1 com o Corinthians, no último sábado (10).
Apesar de jogar fora de casa, a equipe atuou todo o segundo tempo com um jogador a mais (Araos havia sido expulso no final da primeira etapa).
Com a vitória do Grêmio sobre o Vasco, no domingo (11), o Tricolor caiu para a quinta colocação e viu a busca por uma vaga na fase de grupos da Copa Libertadores ficar mais complicada. Os quatro mais bem colocados no Nacional se classificam para esta etapa do torneio continental.
Abel e Mano ganham força nos bastidores para assumir o time
O diretor executivo do São Paulo, Raí, evitou falar em nomes para assumir o time na próxima temporada, mas treinadores experientes começam a ser ventilados para o cargo. São eles Abel Braga, ex-Fluminense e atualmente sem clube, e Mano Menezes, do Cruzeiro.
Os dois têm perfis que agradam por ter a experiência para lidar com jogadores renomados e jovens promessas, além de estarem acostumados ao ambiente de pressão.
Abel Braga deixou a equipe carioca em junho alegando “grande desgaste”. O técnico teve propostas de outros clubes brasileiros, mas prefere evitar assumir trabalhos no meio da temporada.
Mano Menezes, por sua vez, tem contrato com o Cruzeiro, campeão da Copa do Brasil e classificado para a Copa Libertadores do próximo ano. Sua saída é considerada pouco provável.