A queda de Marta Suplicy (PMDB) nas pesquisas de opinião a seis dias da eleição paulistana fez da peemedebista o principal alvo de dois candidatos que, com seu declínio, passaram a vislumbrar chances concretas de chegar ao segundo turno. Celso Russomanno (PRB) viu a distância entre ele e a rival se ampliar e a transformou na peça central de seus ataques não só nas propagandas de rádio e TV, como em declarações públicas.
Segundo o último Datafolha, Russomanno tem 22% e Marta, 15%, redução de cinco pontos com relação à pesquisa anterior. Em outra frente, a campanha de Fernando Haddad (PT), que oscilou positivamente de 10% para 11%, trabalha para desestabilizar ainda mais a peemedebista e ultrapassá-la na reta final.
Totas as campanhas, a de Marta inclusive, apostam, entretanto que há uma forte “volatilidade” nos votos, o que poderia causar reviravoltas nos últimos dias. É com base nisso que cada equipe posiciona suas armas.
Haddad espera manter uma tendência de crescimento e encostar em Marta para inflar uma espécie de “voto útil” em setores mais alinhados à esquerda. Se tiver sucesso, acredita que pode passar Russomanno na reta final da corrida eleitoral.
O petista aposta na vinculação de Marta ao presidente Michel Temer e ao ex-prefeito Gilberto Kassab (PSD), que preside o partido do vice de Marta, para retomar eleitores que hoje estão com ela. O candidato do PRB, por sua vez, deve manter Marta sob artilharia pesada, para tentar segurar sua vaga no segundo turno.
A principal preocupação da peemedebista é estancar a perda dos votos e evitar que Haddad se aproxime ainda mais. Isso porque a avaliação de que os eleitores menos conservadores tenderão a escolher a campanha mais competitiva, para evitar segundo turno entre o líder das pesquisas, João Doria (PSDB), e Russomanno.