
O mercado de trabalho com carteira assinada do ABC voltou a criar empregos em julho e sinalizou que os efeitos da greve dos caminhoneiros e da Copa do Mundo sobre a economia estão se dissipando.
A região encerrou o mês passado com a criação de 1.204 vagas formais, como resultado de 22.007 admissões e 20.803 desligamentos, segundo dados divulgados, ontem (22), pelo Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), do Ministério do Trabalho.
Com o saldo de julho, o ABC retoma a sequência de resultados positivos iniciada em fevereiro e interrompida em junho com o fechamento de 580 postos de trabalho – atribuído à paralisação no transporte, que interrompeu o abastecimento no país e impactou negativamente quase todas as atividades econômicas.
No acumulado do ano, o ABC registra a criação de 7.254 empregos com carteira assinada, melhor resultado para o período desde os 18.060 gerados de janeiro a julho de 2011.
Em 12 meses, o saldo também é positivo na região, de 5.772 vagas criadas.
O mercado de trabalho do ABC vive a expectativa de voltar a encerrar um ano no “azul” após fechar vagas com carteira em 2014 (11.230), 2015 (42.771), 2016 (31.691) e no ano passado (2.791).
Porém, as incertezas políticas e a alta do dólar tendem a afetar, negativamente, os resultados dos próximos meses.
SERVIÇOS LIDERAM
Os dados do Caged mostram que o setor de serviços deu a principal contribuição para o resultado de julho, ao responder por 930 dos 1.204 postos de trabalho abertos. É também o que mais empregos criados neste ano (5.835).
Impulsionaram o resultado de julho as 366 vagas criadas na saúde e as 191 nos serviços para edifícios. No sentido contrário, a área da educação extinguiu 176 ocupações.
Os serviços são o maior empregador do ABC, com mais de 50% dos postos de trabalho.
A indústria interrompeu dois meses consecutivos de queda na ocupação na região e abriu 112 postos de trabalho em julho, com destaque para o segmento automotivo, que gerou 78 vagas. No acumulado do ano, montadoras e fabricantes de autopeças criaram quase mil empregos.
A construção criou 296 postos de trabalho em julho, por conta da retomada de obras e do setor de habitação. No sentido contrário, o comércio fechou 157 vagas no mês passado, puxadas por demissões no varejo.