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Próximo a Lula, Vicentinho critica acordo do PT com a base de Temer

Vicentinho: "o meu voto será contra o apoio dos candidatos golpistas". Foto: Eberly Laurindo

Velho amigo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o deputado federal Vicente Paulo da Silva, o Vicentinho (PT-SP), enviou a correligionários petistas uma mensagem em que critica a construção de um acordo com candidatos da base governista para eleições da Mesa no Congresso.

Na gravação, divulgada neste domingo (22), Vicentinho diz que não tem condições de votar num “golpista” para a presidência da Câmara dos Deputados.

Repetindo que “o golpe continua”, Vicentinho cita nominalmente o atual presidente da Casa, Rodrigo Maia (DEM-RJ), e seu adversário Jovair Arantes (PTB-GO).

Vicentinho afirma também que decidiu gravar essa mensagem, de pouco mais de seis minutos, após conversas com sindicalistas e sua assessoria.

O deputado tomou essa atitude dois dias depois de o Diretório Nacional do PT aprovar uma resolução autorizando negociação com os candidatos da base do governo Temer. O texto, permitindo acordo, obteve 45 votos contra os 30 da proposta que proibia o acordo.

Na gravação, Vicentinho alega que entendeu essa como uma orientação para que a bancada decidisse. “O meu voto será contra o apoio dos candidatos golpistas”.

Setores do PT defendem o apoio a André Figueiredo (PDT-CE), partido que não apoiou o impeachment de Dilma Rousseff, em 2016.

Acordo

Na sexta (20) foi aprovada proposta apresentada pelo presidente do partido, Rui Falcão, para que seja aberta negociação com os candidatos Rodrigo Maia (DEM-RJ) e Jovair Arantes (PTB-GO), na Câmara, e Eunicio Oliveira (PMDB-CE) no Senado.

O líder do PT na Câmara, Carlos Zaratini (SP), reunirá a bancada hoje (24) para discutir quem apoiar.  O partido apresentará pauta de reivindicações aos candidatos.

Os críticos de acordo alegam que a composição contaria a militância do partido. O senador Lindbergh Farias (PT-RJ) disse que lançará uma campanha contra a decisão.

Os parlamentares da chamada esquerda do partido exigirão que o deputado Paulo Teixeira (SP), que integra o grupo, abra mão do cargo a que teria direito em caso de acordo com Maia.

Segundo um acerto, Zaratini assumiria a liderança da bancada, cabendo a Teixeira uma cadeira na Mesa Diretora da Casa. “Eles não sabem o estrago que estão fazendo na militância”, disse Lindbergh, que divulgou nas redes sociais uma mensagem de protesto.

Jovair, que o PT agora cogita apoiar, foi relator do voto do impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff, e foi classificado de “golpista” durante as discussões que culminaram no afastamento da petista. O DEM e o PMDB, partidos de Maia e Eunício, foram favoráveis ao impeachment.

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