Comportamento, Serviços

Projeto Rondon da FMABC inova para manter as atividades durante a pandemia

Em ano atípico, projeto manteve atuação e fortaleceu relações com a comunidade do Morro da Kibon, em Santo André. Foto: Divulgação
Em ano atípico, projeto manteve atuação e fortaleceu relações com a comunidade do Morro da Kibon, em Santo André. Foto: Divulgação

O isolamento social provocado pela covid-19 ofereceu uma série de desafios para a realização de projetos sociais in loco, que exigem a interação com comunidades e intervenção presencial. Dessa forma, o ano de 2020 foi especialmente desafiador para docentes e discentes membros do Núcleo Rondon de Extensão Comunitária (NUREC) do Centro Universitário Faculdade de Medicina do ABC (FMABC) que, desde 2017, atuam em defesa dos direitos à saúde, moradia, alimentação, lazer e cultura no Morro da Kibon, em Santo André.

Desde março de 2020, porém, o projeto foi forçado a suspender a maior parte de suas atividades presenciais em decorrência do surto de transmissão da Covid-19. Frente às novas circunstâncias, a coordenadora discente do NUREC e aluna do curso de Terapia Ocupacional, Giovanna Carnelós Buzeto, conta que os membros do projeto se viram obrigados a pensar em formas inovadoras de manter os laços com a comunidade. “Começamos a gravar vídeos que foram publicados nas redes sociais e compartilhados com os grupos da comunidade, trazendo informação de forma lúdica e reforçando os vínculos, além de colocar os rondonistas como parceiros diante desse enfrentamento do vírus”, explica Giovanna.

A iniciativa foi importante no combate à onda de Fake News que ameaça todo o País, além de manter proximidade entre o projeto e moradores da região. “O ano de 2020 foi atípico, mas não perdemos o contato com a comunidade. Em nossas ações, priorizamos a doação de alimentos e de produtos de higiene, além da criação de vídeos socioeducativos e de saúde para orientar a população com informações baseadas em dados científicos”, explica a coordenadora docente do NUREC e professora da disciplina de Saúde Coletiva da FMABC, Dra. Silmara Conchão.

As parcerias existentes no território desempenharam papel fundamental para a manutenção das ações ao longo do ano. É o caso do Centro Cultural da Resistência Andreense (CECRAN), localizado no Morro da Kibon, que apoiou a divulgação das campanhas por meio das redes sociais. O grupo “Quem Ama Abraça” esteve ao lado do NUREC durante todo o ano, além de outros parceiros como a organização Ajudaê, a ONG Irmã Marli e o grupo da Guiomar Magalhães, que contribuíram para as campanhas de arrecadação de Natal.

Para 2021, a professora prevê a priorização de campanhas de arrecadação e a continuidade da reconstrução da sede do CECRAN, devastada pelas chuvas.

INTERAÇÃO DIGITAL

O período de distanciamento social também serviu para fortalecer a presença digital do NUREC. Foram organizados eventos de formação direcionados aos alunos do Centro Universitário FMABC para discussão de temas como saúde coletiva, representatividade racial e saúde mental. Além disso, rondonistas participaram de lives e compartilharam vivências e aprendizados adquiridos com o projeto. “Contribuir com o Rondon me fez ver que podemos fazer a diferença, por exemplo, na vida de uma criança, dando um apoio para a realização de um sonho que ela acredita não ser possível”, afirma a coordenadora discente do NUREC e aluna do curso de Enfermagem da FMABC, Kauane Vieira de Oliveira.

A professora Silmara Conchão também resume as frentes do Projeto Rondon desde a sua criação, bem como o impacto das atividades na vida da população e dos alunos. “Além de oferecer assistência de saúde, atuamos para combater a fome e fortalecer a cidadania e a auto-organização daquela comunidade para que haja desenvolvimento local. Trabalhamos para que as famílias vivam ali por opção, e não por falta de alternativa”, afirma. Em relação à atuação dos alunos da FMABC, a docente destaca a importância do engajamento social. “O projeto desenvolve futuros profissionais da saúde extremamente propositivos, ativos e com potencial criativo fortalecido para lidar com as diferenças sociais”, analisa.

O projeto iniciou suas atividades locais em 2013, quando atuava com as populações na região de Paranapiacaba e Parque Andreense. Hoje o trabalho é realizado no Morro da Kibon e na região baixa do Campo Guaraciaba, em Santo André, onde 200 famílias são assistidas.

PROJETO RONDON

O objetivo do Projeto Rondon, presente em todo o País, é desenvolver ações que tragam benefícios permanentes às comunidades parceiras por meio da melhoria do bem-estar social e da capacitação da gestão pública. Além disso, busca integrar universitários à realidade dos municípios, dando a eles o sentido de responsabilidade social e coletiva em prol da cidadania, do desenvolvimento e da defesa dos interesses, contribuindo com a formação acadêmica dos estudantes.

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