A Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), que representa as montadoras, revisou novamente para cima as previsões de produção e vendas para este ano, depois que os dados de agosto reafirmaram a retomada do setor, motivada mais pelo aumento das exportações do que pelo avanço do mercado interno.
Em agosto, a produção de carros, comerciais leves, caminhões e ônibus somou 260,3 mil unidades, alta de 15,4% ante julho e de 45,7% sobre o mesmo mês do ano passado. Foi o melhor resultado desde novembro de 2014, quando foram fabricados 264,8 mil autoveículos.
No acumulado do ano deixaram as linhas de montagem 1,75 milhão de unidades, 25,5% acima do produzido no mesmo período de 2016.
Como resultado, a Anfavea revisou para cima a previsão de alta na produção neste ano, de 21,5% para 25,2%, o que aponta para 2,7 milhões de unidades.
O desempenho foi puxado pelas exportações, destino de quase três em cada dez veículos fabricados no Brasil.
O mercado externo tem funcionado como “válvula de escape” para o setor em meio à recuperação ainda tímida das vendas internas.
Segundo a Anfavea, os embarques somaram 66,6 mil unidades em agosto, alta de 61,7% ante o mesmo período do ano passado e de 1,6% contra julho. No acumulado do ano foram enviados 506 mil autoveículos, melhor marca da série histórica da Anfavea, com aumento de 56% em relação a igual intervalo de 2016.
As projeções da Anfavea de crescimento das exportações também foram corrigidas, de 35,6% para 43,3%.
Para o mercado interno, as estimativas são mais modestas. A Anfavea acredita que as vendas no ano chegarão a 2,2 milhões de unidades, o que representaria alta de 7,3% sobre 2016. A previsão anterior era de 4%.
Em agosto foram emplacadas 216,5 mil unidades, melhor resultado desde dezembro de 2015, com alta de 17,2% na comparação com julho e de 17,8% ante igual mês do ano passado. No ano, o total de licenciamentos cresceu 5,3%, para 1,4 milhão de unidades.
“Esta é a primeira vez no ano que superamos a casa das 200 mil unidades vendidas (no mês). O horizonte é promissor quando se enxerga as quedas da inflação, da taxa de juros, do desemprego, do endividamento das famílias e dos índices de inadimplência”, afirmou o presidente da Anfavea, Antonio Megale.
“A indústria caminha para a retomada, mesmo se considerarmos que a base de comparação é muito baixa. O que precisamos é de estabilidade para que consumidores e investidores aumentem a confiança e o país entre em rota de aceleração da atividade econômica”, prosseguiu.
O dirigente destacou que as montadoras estão chamando de volta à produção trabalhadores que estavam afastados e voltaram a anunciar investimentos – Volkswagen e General Motors vão destinar R$ 2,6 bilhões e R$ 1,2 bilhão, respectivamente, para suas operações no ABC.