DANIEL DIAS
AutoMotrix
A Jeep apresentou seu terceiro modelo produzido no Brasil. Fabricado na cidade pernambucana de Goiana, que abriga a linha de produção automotiva considerada a mais eficiente do grupo Stellantis no mundo, o utilitário esportivo Commander se junta ao SUV compacto Renegade e ao médio Compass, líderes de vendas em suas categorias. A missão do novo modelo é ser referência no segmento para até sete pessoas no país.
O primeiro Jeep desenvolvido totalmente no Brasil tem conceito global e será exportado para outros países latino-americanos. “O Commander nasce da percepção da necessidade de oferecer um novo modelo para clientes que, seguindo na Jeep, querem crescer na escolha de seu carro. Começa com o Renegade, passa pelo Compass e agora sobe mais um degrau, chegando ao Commander. O carro ditará uma nova fase da Jeep no Brasil”, disse Alexandre Aquino, diretor da Jeep para a América Latina.
Os preços para as versões turbo flex partem de R$ 199.990 na Limited e de R$ 219.990 na Overland. Nas turbodiesel, partem de R$ 259.990 na Limited e de R$ 279.990 na Overland.
Em termos de estilo, o Commander pode ser definido com uma espécie de “Grand Compass”. Apesar dos esforços do marketing da Jeep para ressaltar uma personalidade própria, o novo modelo herdou bastante do estilo consagrado do SUV médio da marca. De fato, nenhuma peça da carroceria é compartilhada com o irmão menor. Os faróis full-LED com setas sequenciais são exclusivos e visualmente integrados à grade. Barras prateadas com efeito de aço escovado envolvem os faróis e também marcam presença no para-choque, unindo as luzes diurnas de LED.
Se a aparência externa remete a uma versão “anabolizada” do Compass, o espaço interno é um atributo específico do novo modelo. Afinal, a plataforma maior se traduz em espaço para sete passageiros com porta-malas, mesmo com as duas fileiras de trás “armadas” – o bagageiro de apenas 410 litros sempre foi um dos pontos criticados do Compass. No Commander, o compartimento alcança 661 litros com cinco pessoas, 233 litros com sete pessoas e até 1.760 litros com dois passageiros, sem as duas fileiras traseiras.
A sofisticação é outro ponto forte do Commander. Os bancos, feitos em couro com detalhes em suede (tecido semelhante à camurça), reforçam o aspecto refinado. Têm costura aparente, com tom acobreado, bordado no encosto e nos assentos. O logotipo “Jeep” vem gravado em baixo relevo (versão Limited) no banco e no apoio de braço, que traz ainda o ano de fundação da marca (1941). Nas top de linha Overland, o nome da versão é que vem gravado nos bancos. O conjunto suede e couro está também no painel com costura em “burnished cooper” nos acabamentos em marrom e preto e em light diesel grey e cinza. Há ainda um filme decorativo “hydrographic” com acabamento metálico, que varia de acordo com o tom do interior: Vertical Brush com cromado cobre e acetinado e Silver Metal Brush com cromado.
Por fora, o Commander oferece seis opções de cores tradicionais da marca e uma nova e exclusiva do modelo: a Slash Gold, um tom dourado. Nas versões Overland, o teto é pintado em preto e as molduras inferiores trazem a cor do veículo. Dentro da cabine, três cores são opções para o acabamento: couro e suede preto (Limited), couro e suede marrom (Overland) e couro cinza (único item opcional do novo Jeep).
O Commander apresenta ainda nove novos “easter eggs” – tradicionais figuras típicas da marca norte-americana – espalhados no veículo.
O Jeep Commander oferece dois tipos de motorização, uma bicombustível e outra a diesel. O T270, já utilizado na Fiat Toro e no Compass, gera 180 cavalos com gasolina e 185 cavalos com etanol, ambos a 5.700 rotações por minuto, e 27,5 kgfm (270 Nm, daí o nome) de torque a partir de 1.750 giros. A configurações Turbo Flex têm sistema de tração 4×2 e câmbio automático de seis velocidades. O modo de condução “Sport” habilita trocas de marcha mais rápidas e em rotações mais altas. Conta ainda com o Traction Control+, sistema que atua em pisos de baixa aderência com até três rodas fora do chão.
Segundo a Jeep, nessa configuração, o Commander acelera de zero a 100 km/h em 9,9 segundos e pode chegar à máxima de 202 km/h, com etanol.
O turbodiesel TD380 recebeu mapa de calibração específico para o Commander, novos volante-motor, conversor de torque e turbina. Também teve a curva de pedal aprimorada, permitindo aumento de torque de 35,5 kgfm para 38,5 kgfm (380 Nm, daí o nome) a partir de 1.750 rpm. Com dois litros e quatro cilindros, gera 170 cv a 3.750 rotações. O propulsor traz o sistema SCR de pós-tratamento de gases de escape. As versões turbodiesel têm sistema de tração 4×4 com reduzida, câmbio automático de nove velocidades, seletor de terrenos com três modos (“Sand/Mud”, “Snow” e “Auto”) e HDC (Hill Descent Control), que auxilia o motorista em descidas íngremes no off-road. Nessa configuração, o Commader acelera até os 100 km/h em 11,6 segundos e pode atingir 197 km/h.
As versões Limited trazem rodas de liga leve de 18 polegadas, “Keyless Enter ‘N Go”, bancos dianteiros com ajustes elétricos, abertura elétrica do porta-malas, sete airbags e todos os sistemas de direção autônoma (ADAS). As Overland têm rodas em liga leve de 19 polegadas e acrescentam teto solar panorâmico, sistema de som premium Harman Kardon, banco do passageiro elétrico, porta-malas com sensor de presença, tomadas de 127 volts, Adventure Intelligence Plus com Alexa in Vehicle, molduras inferiores na mesma cor do veículo e o Jeep Off-Road Pages. A linha de acessórios Mopar está disponível para personalização do novo SUV diretamente na rede de concessionárias. São 18 itens, como assento para pets, porta-óculos, bagageiro de teto para prancha de surfe e malas. Com garantia de três anos, o SUV tem revisões a cada 12 mil quilômetros ou um ano para as versões flex e 20 mil quilômetros ou 12 meses para as turbodiesel. O início de entrega está previsto para outubro.
Interior tecnológico
O Jeep Commander traz cluster full-digital personalizável de 10,25 polegadas, central multimídia com tela touchscreen de 10,1 polegadas full-HD com navegação embarcada e espelhamento para Apple CarPlay e Android Auto, carregamento de smartphones sem fio, portas USB inclusive para as fileiras de trás e acesso ao porta-malas com abertura e fechamentos elétricos na Limited e na Overland. Nessa última, há ainda o sensor de presença (“hands free”) para o compartimento de carga, para-brisa e vidros laterais térmicos, rebatimento automático dos retrovisores e ar-condicionado dual zone com saída nos assentos traseiros.
O novo Jeep brasileiro tem o Sistema Avançado de Assistência ao Motorista (ADAS), incluindo controle de cruzeiro adaptativo, alerta de colisão com frenagem automática, detecção de ponto cego e de tráfego cruzado, alerta de mudança de faixa, frenagem de emergência para pedestres, ciclistas ou motociclistas, detector de fadiga, reconhecimento de placas de velocidade, comutação automática de faróis e “park assist”.
O som é da marca Harman Kardon com nove alto-falantes, subwoofer, 450 watts e tecnologia Fresh Air, que usa dutos da cabine como “caixa acústica”.
O modelo ainda conta com a Adventure Intelligence, plataforma de conectividade exclusiva da Jeep, em todas as versões. O sistema entrega conveniência, assistência e entretenimento com mapas inteligentes, chamadas de emergência e “wi-fi hotspot” – conecta até oito aparelhos ao wi-fi nativo do Commander. Outra novidade nas versões Overland é a função Alexa in Vehicle, que leva a assistente pessoal da Amazon para dentro do SUV.