O presidente da Câmara de Santo André Ronaldo de Castro (PRB) anunciou ontem (22) o adiamento do projeto que previa a instalação de uma redoma de vidro separando o plenário do público que acompanha as sessões da Casa. A decisão teria sido tomada nesta segunda-feira (21) em reunião com os demais vereadores, que se opuseram à implementação do projeto. De acordo com o republicano, a prioridade será finalizar as obras de impermeabilização do prédio do Legislativo, que se arrasta desde o julho passado.
“Todas as câmaras têm (proteção). É uma prevenção, mas devido à reforma que está sendo feita, conversamos e achamos melhor terminar essa obra primeiro e depois a gente volta a este assunto da redoma. Vai ficar para o ano que vem, para o próximo presidente”, disse Ronaldo. Parlamentar que se coloca como candidato à presidência da Câmara a partir do próximo ano, Edson Sardano (PTB) já sinalizou desacordo com o projeto.
A suspensão da licitação aberta no último dia 10 para apresentação de propostas deverá ser publicada hoje (23) nos atos oficiais da cidade. A intervenção estava orçada em aproximadamente R$ 50 mil.
Apesar do recuo, o presidente da Câmara negou que tenha cedido à pressão dos vereadores, que criticaram publicamente a proposta. “As pessoas que criticam não estarão mais aqui no ano que vem”, afirmou. “As pessoas entendem errado. As câmaras de Diadema e de Mauá, por exemplo, têm um obstáculo pequeno, mas os vereadores ficam de frente. Aqui ficamos vulneráveis, de costas, sem saber quem entra e quem sai. Por mim eu coloco (a redoma), mas é melhor uma coisa democrática”, destacou.
Reforma
Orçada em R$ 715 mil, a impermeabilização da Câmara deverá ser finalizada em 15 de dezembro deste ano. A obra, em pleno período de chuvas, trouxe uma série de transtorno para funcionários e vereadores, que tiveram que ser realocados internamente devido às goteiras e alagamentos. Além disso, seis sessões ordinárias foram canceladas devido às chuvas. O estrago também pode ser visto nas paredes com infiltrações e nos pisos danificados pelos alagamentos na Câmara.
“A empresa detectou uma laje fazendo sobrepeso e teve esse transtorno todo. Culpa de trabalhos anteriores, presidentes anteriores que não fizeram nada. O primeiro que começou a fazer alguma coisa foi o Donizeti (Pereira, PV)”, disse Castro. Segundo o presidente, a laje irregular constatada pela empresa responsável pela intervenção foi implantada durante gestão do vereador José Montoro Filho, o Montorinho (PT).