Estudo anual realizado pela empresa de consultoria IPC Marketing revela que os 2,77 milhões de habitantes do ABC devem consumir R$ 79,72 bilhões neste ano, valor 4,9% superior aos R$ 75,95 bilhões estimados para os sete municípios em 2018. Em termos reais (descontada a inflação do período), a alta é de 1,1%.
Apesar do aumento, os moradores da região vão movimentar, em termos reais, praticamente o mesmo que desembolsaram em 2014.
Trata-se do terceiro ano consecutivo de aumento do potencial de consumo do ABC acima da inflação. Ainda segundo o levantamento, chamado IPC Maps 2019, o gasto dos brasileiros deve somar R$ 4,69 trilhões este ano, montante R$ 241 bilhões acima do estimado para 2016 (R$ 4,44 trilhões). Descontada a inflação, o avanço é de 1,60%.
Como seu potencial de consumo cresceu menos do que o brasileiro, o ABC reduziu sua participação no “bolo nacional”. Avaliado como se fosse uma só cidade, o índice da região recuou de 1,71% no ano passado para 1,70% em 2019. Na prática significa que de cada R$ 100 gastos no Brasil, R$ 1,70 sairão dos bolsos de consumidores dos sete municípios.
A queda de 0,01 ponto porcentual na passagem de 2018 para 2019 é a segunda anual consecutiva na participação do ABC (veja gráfico ao lado).
Depois de ter recuperado a quarta posição no ranking de consumo do país no ano passado, o que não ocorria desde 2011, a região caiu novamente para o quinto posto neste ano, atrás de São Paulo (7,7%), Rio de Janeiro (4,16%), Belo Horizonte (1,77%) e Brasília (1,74%). O ABC já havia perdido a terceira colocação em 2002.
O aumento do potencial de consumo do ABC expresso nos dados do IPC Maps 2019 ocorre em um ambiente de estagnação na atividade econômica e discreto aumento do emprego formal.
Dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) revelam que o ABC gerou 8.953 vagas com carteira assinada no ano passado, primeiro resultado positivo desde 2013. No primeiro trimestre deste ano, o saldo também é positivo, em 3.031 postos de trabalho.
Mais gente empregada significa mais dinheiro disponível para o consumo.
No corte geográfico, somente dois dos sete municípios tiveram aumento real no potencial de consumo entre 2018 e 2019: São Bernardo e Rio Grande da Serra.
São Bernardo é o município mais bem ranqueado (17ª colocação), com potencial de consumo de R$ 24,9 bilhões, e ganhou duas posições. No 21º posto, Santo André deve movimentar R$ 22,5 bilhões, mas caiu quatro posições.
Rio Grande da Serra subiu 92 lugares no ranking e está no 521º posto, com gastos projetados de R$ 1,25 bilhão neste ano.