
A igualdade salarial para o mesmo trabalho entre homens e mulheres é uma das questões mais discutidas nos dias atuais. No entanto, essa luta é antiga e permanece sem um resultado satisfatório.
É claro que muita coisa mudou durante o avanço dos anos. As mulheres conquistaram direitos importantes que antes só os homens tinham, como a participação efetiva na política e na democracia, por exemplo.
Para ilustrar esses importantes avanços, podemos citar Ruanda. Apesar de ser um pequeno país no leste africano com graves problemas de desenvolvimento humano, é uma das nações mais igualitárias em questão de gênero e, atualmente, ocupa a sexta colocação no ranking de igualdade entre homens e mulheres .
Após o genocídio, ocorrido em 1994, quando cerca de 800 mil pessoas foram mortas – a maioria homens – Ruanda chegou a ter 70% da população formada por mulheres.
Por isso, muitas delas assumiram postos de trabalho antes ocupados exclusivamente por homens, ajudando o país a superar as dificuldades pós genocídio.
Na área da política, inclusive, Ruanda é o país com maior participação feminina. Lá, as mulheres ocupam 67% do parlamento. Aqui no Brasil são 13% no Senado e 15% na Câmara dos Deputados.
A igualdade salarial, principalmente em nosso país, ainda caminha em ritmo desacelerado. De acordo com o relatório do Fórum Econômico Mundial que analisa a igualdade salarial entre gêneros, apresentado no fim do ano passado, o Brasil ocupa a 130º posição em um ranking com 135 países.
Além do preconceito e discriminação sobre a mulher, há um ponto chave nessa questão: a maternidade.
É inegável que essa é a principal causa da diferença salarial entre homens e mulheres. E isso ficou muito mais claro nos últimos anos, com a ascensão de muitas mulheres a cargos de direção e de destaque no mercado de trabalho.
Analisando o cenário, é possível enxergar que a questão está enraizada em nossa cultura e na sociedade em que vivemos. Afinal de contas, quando um casal tem filhos, na esmagadora maioria dos casos, a mulher é quem fica com a tarefa de criá-los – consequentemente abandonando a carreira – enquanto o homem trabalha e prospera profissionalmente.
E isso só fica mais claro quando utilizamos exemplos concretos. A Islândia, país que possui mais igualdade de gênero, utilizou uma estratégia interessante para alcançar a equiparação salarial entre homens e mulheres.
Lá, mãe e pai tem direito a licença do trabalho por 9 meses. E é justamente essa divisão igualitária que permite um real compartilhamento na criação dos filhos e, principalmente, combater a discriminação e represálias a mulher no ambiente de trabalho.
Portanto, a luta por mudanças e igualdade entre gêneros deve continuar de forma incansável, principalmente no papel da mulher e mãe em nossa sociedade.
Amira Laila
especialista em redes sociais
Pingback: Mulheres da indústria de São Paulo recebem 14,7% a menos que os homens e paridade salarial só deve ocorrer em 2035 - Notícias de São Paulo
Pingback: Longevidade: por que a expectativa de vida das mulheres é superior à dos homens - Notícias de São Paulo