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Planalto adia posse de novo ministro da Educação

Planalto adia posse de novo ministro da Educação
Depois das denúncias sobre doutorado e mestrado, o governo está repensando se vai manter Decotelli no cargo. Foto: Marcello Casal/Agência Brasil

A posse do novo ministro da Educação, Carlos Alberto Decotelli, foi adiada pelo gover­no de Jair Bolsonaro depois de reveladas incoerências em seu currículo. A cerimônia estava marcada para hoje (30), às 16 horas, mas o Planalto já avisou que não ocorrerá nesta data. Depois das denúncias sobre seu doutorado e mestrado, o governo está repensando se vai manter Decotelli no cargo.

O próprio grupo militar que indicou o ex-professor está constrangido porque foi surpreendido pelos problemas acadêmicos e está avaliando a repercussão do caso. Decotelli também perdeu o apoio que tinha entre professores da Ge­tulio Vargas (FGV).

Sua nomeação foi publicado no Diário Oficial depois do nome anunciado. Durante o fim de semana, a crise aumentou. Decotelli chegou a divulgar uma carta mencionando que sua tese de doutorado não teve a defesa autorizada e afirmou, ainda, que iria revisar o tra­balho de mestrado na FGV.

“Seria necessário, então, alterar a tese e submetê-la novamente à banca. Contudo, fruto de compromissos no Brasil e, principalmente, do esgotamento dos recursos financeiros pessoais, o ministro viu-se compelido a tomar a difícil decisão de regressar ao país sem o título de Doutor em Administração”, diz a carta.

CURRÍCULO

Desde que foi anunciado como novo ministro da Educação, Decotelli passou a ter as informações de seu currículo questionadas. Ao anunciar o sucessor de Abraham Weintraub na pasta, Bolsonaro mencionou que Decotelli é bacheral em Ciências Econômicas pela Uerj, Mestre pela FGV, Doutor pela Universidade de Rosário, Argentina, e Pós-doutor pela Universidade de Wuppertal, na Alemanha”.

No dia seguinte, o título de doutor do novo ministro foi questionado por Franco Bartolacci, reitor da Universidade Nacional de Rosário, que disse que Decotelli não conclui o doutorado. “Cursou o doutorado, mas não o concluiu, pois lhe falta a aprovação da tese. Portanto, não é doutor pela Universidade Nacional de Rosário, como chegou a se afirmar”, afirmou.

No fim do dia, o novo titular do MEC atualizou o seu currículo na plataforma lattes do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq). Passou a declarar que teve “créditos concluídos” no curso de doutorado, em 2009. No campo relacionado ao orien­tador, o ministro assinalou: “Sem defesa de tese”.

No sábado, a dissertação de mestrado do ministro também foi colocada sob suspeita após o economista Thomas Conti apontar, no Twitter, possíveis indícios de cópia no trabalho, de 2008. A FGV informou que vai investigar a suspeita de plágio.

O pós-doutorado na Alemanha também passou a ser debatido após a universidade fornecer informações diferentes das que constam no currículo do ministro.

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