Saúde e Beleza

Pesquisa inédita revela que pandemia influenciou no aumento de casos de câncer de próstata diagnosticados em estágio avançado

Estudo lançado no mês da saúde do homem ouviu urologistas e oncologistas de todo Brasil. Foto: Pixabay
Estudo lançado no mês da saúde do homem ouviu urologistas e oncologistas de todo Brasil. Foto: Pixabay

Estudo realizado pela Astellas Farma Brasil e o instituto de pesquisa Inception consultou 60 urologistas e oncologistas de todo Brasil para colher percepções sobre o impacto da pandemia no diagnóstico do câncer de próstata. Segundo o levantamento, dois em cada três médicos afirmaram que a ida ao consultório diminuiu desde o ano passado.

O levantamento avaliou a percepção dos especialistas em relação ao fluxo de pacientes já em acompanhamento e de novos pacientes, e apontou que para este segundo grupo a queda foi mais acentuada: o número de consultas de novos pacientes caiu de 10 a 30%. Os entrevistados, entretanto, estão otimistas com a reversão desse quadro: 98% deles notaram que os pacientes vacinados contra covid-19 têm voltado às consultas presenciais.

Quando diagnosticado precocemente o câncer de próstata tem mais de 90% de chances de cura. Por isso, tão importante quanto a retomada das consultas presenciais é desmistificar tabus relacionados à doença e ao exame de toque retal. “Desde sempre é um desafio levar esses pacientes aos consultórios para exames de rastreamento de doenças urológicas, principalmente por estereótipos de gênero que são enraizados há séculos em nossa cultura. Para alguns, o autocuidado é considerado um sinal de fragilidade. A pandemia adicionou mais uma camada de resistência à busca de auxílio médico. Felizmente esse cenário já está mudando”, afirma Roberto Soler, diretor médico da Astellas Farma Brasil.

Acolhimento nas consultas pode ser diferencial para diagnóstico precoce

Existem ainda outros fatores que podem distanciar as pessoas com próstata dos consultórios e exames, como a falta de informação e o receio de sofrer preconceito e de não ter suas necessidades entendidas. O apoio à comunidade LGBTQIA+ ainda está longe do ideal e questões socioeconômicas afetam diretamente a população preta, que apresenta maior chance de desenvolver câncer de próstata mais agressivo quando comparado à população branca.

“Apesar do tratamento ser o mesmo para todos, o acolhimento dos médicos e da equipe durante consultas, exames e procedimentos, levando em conta a vivência dos pacientes, pode fazer a diferença tanto no diagnóstico quanto na jornada de tratamento”, defende  Soler.

Cuidado com a saúde além do câncer de próstata

As consultas regulares com urologistas também são essenciais para diagnosticar condições urológicas como os sintomas do trato urinário inferior (LUTS), que afetam mais de 70% de homens acima de 70 anos, segundo o Brasil LUTS, primeiro estudo epidemiológico realizado com a população brasileira, realizado pela Astellas Farma Brasil.

Apesar de geralmente serem relacionados a uma condição benigna da próstata ou da bexiga, as condições afetam consideravelmente a qualidade de vida dos pacientes, pois podem levar à necessidade frequente de urinar, à dificuldade de esvaziar completamente a bexiga e até à incontinência urinária (perda de urina), dificultando ou impossibilitando atividades diárias

“A maioria das pessoas com câncer de próstata não desenvolvem sintomas no estágio inicial da doença, dificultando o seu diagnóstico precoce, mas quando o câncer já está mais avançado, os sintomas podem ser os mesmos que aqueles vistos em doenças urológicas benignas. Por isso, é importante investigar, para que a origem dos sintomas seja identificada e tratada de forma adequada”, destaca o especialista.

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