O parque fabril do ABC voltou a fechar postos de trabalho em setembro depois de dois meses seguidos de aumento na ocupação. Foram extintos 70 empregos, com queda de 0,04% no estoque de vagas – resultado que, apesar de ser negativo, é o melhor para o mês desde setembro de 2012.
Os dados integram levantamento mensal realizado pela Federação e pelo Centro das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp/Ciesp) e divulgado ontem (17).
A última vez em que o saldo entre contratações e demissões ficou positivo no parque fabril do ABC em setembro foi em 2012 (alta de 0,22%). Desde então, os resultados têm sido sempre negativos.
De janeiro a setembro, o saldo de empregos na indústria do ABC segue positivo em 1.100 vagas, alta de 0,64%.
O desempenho no acumulado do ano expressa movimento de modesta recuperação do emprego industrial. A região vive a expectativa de encerrar 2018 com saldo positivo no setor pela primeira vez desde 2012, mas as incertezas no cenário internacional – marcado pela guerra comercial entre EUA e China – e as dúvidas sobre o cenário eleitoral têm deixado os empresários em compasso de espera, o que explica a trajetória errática do emprego fabril.
Dos 20 setores industriais acompanhados pela pesquisa, oito demitiram mais do que contrataram no ABC, três ficaram estáveis e nove cortaram vagas.
Os subsetores que mais contribuíram para a queda da ocupação em setembro foram: máquinas e equipamentos (queda de 0,60% no estoque de vagas), e veículos automotores e autopeças (-0,07%).
No corte por regionais, a de Santo André (que inclui Mauá, Ribeirão Pires e Rio Grande da Serra) foi a única que registro aumento de vagas (200). As diretorias de São Bernardo, São Caetano e Diadema extinguiram 200, 50 e 20 empregos, respectivamente.
No Estado de São Paulo, a ocupação fabril ficou praticamente estável, com a geração de 500 postos de trabalho. No acumulado do ano, o saldo é positivo em 13,5 mil vagas.
Porém, para o encerramento do ano, as entidades projetam baixa de 35 mil empregos na indústria paulista.
“Os empresários não têm perspectivas de investimento devido à indefinição do quadro político, o que deixa o emprego em compasso de espera”, disse o 2º vice-presidente da Fiesp, José Ricardo Roriz Coelho, ao destacar que a economia segue sem mudanças desde o início do ano.