
O Palmeiras deu seu primeiro passo na Copa Libertadores, competição que virou “obsessão” no clube nos últimos anos. A vitória por 2 a 0 sobre o Tigre, na Argentina, ontem (4), pelo Grupo B, confirmou o favoritismo da equipe. Claro que a caminhada é longa, mas o triunfo convincente fora de casa, em um torneio no qual não é fácil ganhar como visitante, mostra que o time tem condições de chegar longe.
Essa é a ambição do técnico Vanderlei Luxemburgo, que comanda o time pela terceira vez na competição – nas demais, parou nas oitavas de final (1994) e nas quartas (2009). O comandante, inclusive, já chegou com o Santos até a semifinal, em 2007, e sabe que falta o título sul-americano em seu currículo vitorioso.
Em seu retorno à Libertadores comandando o Palmeiras, Luxemburgo mexeu um pouco na escalação do time, colocando Ramires como volante e Rony como meia pela esquerda entre os titulares. As alterações deixaram o time mais leve e rápido e, logo nos primeiros minutos, dava para ver que a aposta seria a velocidade pelos lados do campo.
Foi assim que o time brasileiro passou a buscar o gol, com viradas de jogo principalmente buscando Rony pelo lado que tinha o apoio do lateral uruguaio Viña. Mesmo com mais força pela esquerda, foi pela direita que o time chegou ao gol que abriu o placar.
Aos 15 minutos, Gabriel Menino roubou a bola, que passou por Willian, Dudu e Willian novamente, até chegar em Luiz Adriano. O atacante ajeitou na entrada da área e chutou forte, tirando o primeiro zero do placar.
O gol de Luiz Adriano foi o milésimo do Palmeiras contra adversários estrangeiros na história. O jogador ganhou espaço desde que Luxemburgo assumiu o time, no início do ano, e vem sendo o preferido para comandar o ataque. Tanto que, por causa dele, o treinador tem optado por deixar outros jogadores ofensivos atuando mais como meias, como Dudu, Willian e Rony.
A vantagem no placar deu certa tranquilidade ao Palmeiras, mas o time recuou demais após o gol e deixou os donos da casa crescerem no duelo. Cavallaro arriscou de longe, com perigo, e pouco depois Morales teve boa chance. Aos 33, Melivillo bateu cruzado e quase empatou, em um momento que o Tigre estava melhor na partida.
Na volta do intervalo, Luxemburgo consertou a postura do Palmeiras e, a partir daí, o time voltou a dominar o confronto. É bem verdade que tomou um susto no cabeceio de Morales, que passou perto. Porém, logo veio a resposta com Ramires, que mandou no travessão. O segundo gol estava amadurecendo e quase veio com Rony. Porém, com o gol vazio, o atacante chutou alto e a bola subiu demais.
A situação dos visitantes melhorou quando Acuña deu pontapé em Rony e foi expulso pelo árbitro Wilmar Roldán. Com um a mais, o time logo fez mais um gol. Willian recebeu de Rony na entrada da área e mandou no ângulo. Com a vantagem, Luxemburgo tirou Ramires, que já demonstrava cansaço, e Luiz Adriano.
A superioridade técnica do Palmeiras era nítida, ainda mais diante de um rival que está na segunda divisão na Argentina. Willian ainda mandou bola no travessão e sofreu um pênalti não marcado pela arbitragem. Quase não tomou mais sustos e festejou um resultado positivo fora de casa.
Agora, o time voltará a jogar no sábado, contra a Ferroviária, pelo Campeonato Paulista. Na terça, também no seu estádio, vai receber o paraguaio Guaraní pela Libertadores.
TIGRE 0 X 2 PALMEIRAS
Gols: Luiz Adriano, aos 15 do 1º tempo; Willian, aos 19 da 2ª etapa. Árbitro: Wilmar Roldán (Colômbia). Expulsão: Acuña. Estádio: Monumental, em Victoria (Argentina).
TIGRE
Marinelli; Acuña, Alcoba, Moiraghi e Lucas Rodríguez; Ortiz (Domínguez), Prediger, Morales e Melivillo (Galmarini); Cavallaro (Luna) e Dening. Técnico: Néstor Gorosito.
PALMEIRAS
Weverton; Gabriel Menino, Felipe Melo, Gustavo Gómez e Viña; Ramires (Luan), Bruno Henrique, Willian (Zé Rafael), Dudu e Rony; Luiz Adriano (G.Veron). Técnico: Vanderlei Luxemburgo.