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Palacio: ‘a eleição deve se polarizar entre a escolha pela corrupção ou pela mudança, com a nossa candidatura’

Palacio: “Quero que São Caetano volte a ser case contado no mundo”. Foto: Arquivo
Palacio: “Quero que São Caetano volte a ser case contado no mundo”. Foto: Arquivo

O pré-candidato à Prefeitura de São Caetano pelo PSD, Fabio Palacio, está otimista em relação às eleições deste ano, por acreditar que população está mais politizada e menos tolerante com a corrupção. Em entrevista exclusiva ao Diário Regional, Palacio fez análise de seu projeto ao Executivo, falou sobre sua passagem pelo Consórcio ABC e sobre a expectativa de São Caetano voltar a ser case de sucesso e exemplo para o país. Confira os principais trechos da entrevista.

A pré-candidatura

A expectativa sobre a candidatura é a melhor possível, porque a gente percebe que o país todo se politizou mais, principalmente depois das últimas eleições presidenciais. As pessoas estão mais engajadas, querendo entender e compreender a participação como importante. Teve um momento muito de desgosto com a política. Ninguém estava nem aí e agora vemos essa política um pouco mais aflorada nos últimos anos.

Sinto que as pessoas estão cada vez menos tolerantes com a corrupção. A Operação Lava Jato, toda essa corrupção que foi desmascarada no país inteiro, trouxe para as pessoas a responsabilidade de entender que se essas pessoas estão aí roubando, e fazendo tudo o que estão fazendo, se não é com nosso voto, é com nossa anuência, porque muita gente deixou de votar, vota branco, vota nulo.

Então, chegamos no fundo do poço, politicamente, no Brasil. Porém, com tudo isso, sinto que as pessoas voltaram a ter aquela vontade de fazer a diferença. De participar e mostrar sua opinião. As pessoas querem realmente discutir o que é melhor para o país, para sua cidade.

Em São Caetano não é diferente. Tudo o que vemos de corrupção no país, São Caetano é o reflexo. Só que é uma cidade extremamente conservadora, tradicionalista, que não consegue aceitar esse tipo de coisa. Éramos referência em muitas coisas e hoje São Caetano é mais uma cidade, que ainda se segura em um IDH (Índice de Desenvolvimento Humano) de dez anos atrás, tentando falar que ainda é boa.

A Chapa

Vamos fazer nossas convenções no dia 12 de setembro e, aí, vamos fechar todas as nossas chapas. Estamos hoje em sete partidos, a nossa tendência é que quase todos saiam com chapa completa.

O vice faremos o anúncio mais próximo à convenção. Temos bons nomes sendo trabalhados, conversados. Tem todo um alinhamento interno com os partidos da composição (PSD, PTB, DEM, Solidariedade, Patriotas, Republicanos e PDT).

Cenário político

São Caetano, hoje, apresenta sete pré-candidatos a prefeito. Com todo respeito a eles, também na última eleição resolvi me tornar candidato a prefeito. Tinha um único partido, uma única chapa. A eleição em São Caetano costuma se polarizar entre dois candidatos: o governo e mais um. É uma cidade que tem um único turno, com isso, a população vai pelo voto útil na reta final. Eu sofri com isso na última eleição. As pessoas falavam para mim: ‘gosto de você, gostei das suas propostas, mas está faltando uma semana e estou vendo que quem tem chance de ganhar é só o (José) Auricchio ou o Paulo (Pinheiro). Então, se não quero que o Auricchio ganhe a eleição, voto no Paulo e vice-versa. Perdi uma quantidade de votos na última semana e mesmo assim fiz 20 mil e fiquei dentro do cenário. Um fez 32 mil, o outro 28 mil e eu 20 mil.

O que a gente enxerga hoje são dois grandes grupos, o governista – se terá Auricchio candidato a prefeito ou não, se terá juízo ou não, é uma questão que terão de resolver – , e a gente deste lado, com 150 candidatos (a vereador), depois vêm todas as candidaturas menores, com número menor de candidatos, com suas propostas. Uma candidatura do PRTB, uma do Novo, uma da Rede, uma do PSol e uma PT, que tradicionalmente tem poucos votos na cidade. Os partidos de esquerda não são tradicionais em São Caetano. Então, vejo que neste cenário, naturalmente, a eleição se polarize entre uma escolha pela corrupção, que está implantada no governo Auricchio, ou pela mudança mais saudável, mais honesta, mais transparente de uma cidade mais justa com a nossa candidatura.

Diferença da última candidatura

É uma grande diferença. Tinha feito três mandatos como vereador, com três prefeitos diferentes. Então, minha experiência se resumia a esses três mandatos legislativos e uma breve passagem pela Secretaria de Desenvolvimento Econômico. A eleição para prefeito de 2016 foi uma oportunidade para rodar a cidade inteira, ter mais visibilidade do nome. Uma coisa é fazer campanha para vereador, outra para prefeito. As pessoas te enxergam. Entrei nas eleições de 2016 com 20% a 30% de taxa de conhecimento por parte da população, mesmo sendo o segundo vereador mais votado, e saí com praticamente toda a população pelo menos sabendo quem sou, mesmo não estando comigo pessoalmente.

Fui para a administração do Consórcio (Intermunicipal ABC), onde fiquei quase um ano e meio como secretário-executivo. Tive a oportunidade de ter reuniões todos os meses com todos os secretários do ABC, de saúde, segurança, educação… Participei todos os meses das assembleias de prefeitos. Então, em um ano e meio tive uma avalanche de conteúdo. Hoje não me restrinjo a São Caetano. Tenho noção dos problemas do restante do ABC. Ali você ganha muita bagagem, muita experiência. O engraçado é que verdades que se tem como absolutas em São Caetano, quando você escuta a administração pública discutindo, com a diversidade que é o ABC, você vê que não é a única saída. Vê como é plural a discussão e que há outras possibilidades que não as já batidas e velhas soluções que se apresenta na cidade. Isso abre a cabeça de uma maneira muito grande.

Na eleição para deputado rodei o ABC inteiro, com atenção especial a São Caetano. Mais da metade da votação que fiz foi em São Caetano. Passada a eleição para deputado, me dediquei exclusivamente a produzir um bom plano de governo. Resolvi não assumir nenhum cargo. Apesar dos convites de outras cidades e do governo do Estado, mas decidi ficar em São Caetano. Sou advogado e engenheiro civil. Minha vida profissional é na advocacia. Fiz mestrado em administração, pesquiso a eficiência do recurso público na educação. Então, também me dá uma bagagem muito grande. Com isso, chego agora com mais musculatura de conhecimento de São Caetano, do ABC, de bagagem. Rodei o país todo. Visitei outros países para conhecer iniciativas. Sei muito bem o que São Caetano precisa para sair desse mesmismo e realmente voltar a ser destaque no país.

Adiamento das eleições

Em relação ao adiamento das eleições beneficiarem candidatos fichas sujas, cada cidade é uma cidade. Aqui o ficha suja já apareceu. Todo mundo sabe. A condenação dele já vem de antes da pandemia. Se sustenta no cargo por conta da covid. Tem uma sentença condenatória em segunda instância. Porém, permitiu-se que uma cidade, no meio da pandemia, com estado de calamidade pública decretada, se mantivesse o prefeito para poder cuidar da população naquele momento, o que acho um erro. Se o prefeito já foi condenado por corrupção, você vai deixar o lobo no meio do galinheiro e tira a câmera?

Essa situação do adiamento favorecer não tem relação com a condenação em segunda instância que ele (prefeito José Auricchio Jr/PSDB) tem e que o enquadra na Lei da Ficha Limpa. Portanto, ele é ficha suja.

O prefeito pode disputar a eleição? Pode. O que não pode é ser prefeito novamente. Mesmo ganhando a eleição, por ser ficha suja, não pode ser diplomado. Então, aqui em São Caetano, o adiamento das eleições não vai mudar nada. O atual prefeito já era condenado por captação ilícita de recursos durante a campanha eleitoral, crime de caixa 2, crime de corrupção. Então, não pode ser prefeito.

A cidade

Temos um orçamento que qualquer gestor do ABC queria ter. Temos R$ 1,7 bilhão para 150 mil habitantes. Santo André não tem nem o dobro disso para cinco vezes mais população. Mauá deve ter pouco mais da metade e três vezes mais pessoas. Diadema deve ser na mesma linha.

É lógico que quando se fala que o serviço público de São Caetano é melhor do que os dos vizinhos muito se dá pelo tamanho da cidade e pela quantidade de recursos. O que a gente percebe na população de São Caetano é que como não tem essa informação, não entende essa riqueza da cidade, ela faz uma comparação simples, de olhar o entorno e falar: ‘aqui está melhor, então para mim está tudo bem”. É uma cidade que está sempre limpinha, arrumadinha, a escola está sempre pintadinha. Para a população está bom.

A compreensão, pela falta de informação, não consegue ir além disso. Então, não consegue enxergar o quão melhor poderia São Caetano se todo o recurso da cidade fosse bem aplicado e se não tivesse corrupção. A gente tem um prefeito que toda eleição precisa discutir se pode ou não concorrer. Se está cassado, se não está. Se julgou o processo, se agora tem a liminar. Não é a cara da população de São Caetano. Então, por conta disso, não temos uma cidade tão boa quanto poderia ser.

A base do nosso debate, do que queremos levar para as pessoas durante a pré-campanha e na campanha é exatamente em relação a isso, a cidade que poderemos ter. Dá para ser uma cidade exemplo para o país. Quero que São Caetano volte a ser case contado no mundo. Uma cidade altamente tecnológica, onde tudo funcione muito mais rápido, sem a burocracia que se tem hoje. Estamos em pleno século 21, mas todo serviço que se precisa do município é necessário ir até o Atende Fácil, levar xerox do comprovante de residência bater carimbo, sair com uma guia de papel, e depois ficar ligando para ver como está seu protocolo. Não cabe mais isso para uma cidade que tem de ser vanguarda. Estamos muito atrasados.

A cidade virou um imenso cabidão de empregos. São 10 mil pessoas trabalhando em São Caetano, mais da metade sem concurso, por meio de terceirizados e de cargos comissionados. Quer dizer, a política tomou conta do processo e, muitas vezes, o funcionário está muito mais preocupado em resolver os problemas de quem o indicou do que atender bem a população. Se desestruturou todo o sistema administrativo da cidade,veio um sistema político pesado e tomou conta.

Propostas

Temos uma equipe econômica, um plano de governo que está sendo construído há quase um ano. Os grupos de trabalho começaram a se organizar em outubro do ano passado e analisou todas as contas da prefeitura, todos os contratos, buscando entender o funcionamento, a máquina.

Um dos grupos de trabalho nosso é o de Finanças e o último ano áureo da economia de São Caetano foi 2008, quando o município estava forte economicamente. De lá para cá a cidade entrou em decadência. O ISS e o ICMS caíram. Aí você me pergunta: se a arrecadação caiu, como podemos falar que São Caetano tem um orçamento gigante? Para compensar essa queda do setor produtivo aumentou-se demais o IPTU (Imposto Predial e Territorial Urbano). A representação do IPTU hoje no orçamento da cidade é cinco, seis vezes maior do que era no passado. Aqui se paga uma fortuna de IPTU.

Se criou outras formas de arrecadação. A taxa de lixo que era pequena dentro do IPTU foi para conta de água e hoje se paga um absurdo. Então foram sendo criadas outras maneiras para compensar a queda na arrecadação do setor produtivo. Só que é o setor produtivo que gera emprego, renda e tributos. Que faz a economia girar. Quando você começa depender só do morador, com o processo de transformação do município em cidade-dormitório, já começa a dar sinais de que está ficando insustentável. Mais alguns anos a gente não aguenta mais e a cidade entra em colapso e não consegue manter mais a qualidade do serviço público que se tinha há décadas atrás.

Encaixando esses 12 anos dentro dos mandatos políticos, você pega um Tortorello (Luiz Olinto), que começou a fazer a transformação da matriz econômica da cidade de industrial para a de serviços. Esse processo vem pela década de 90 e começa a se intensificar no final dos anos 90. No início dos anos 2000, Tortorello vai para seu último mandato. De 2000 a 2004, se começa a investir no setor de tecnologia. Muda-se toda a base tributária de ISS, na época ainda existia a guerra fiscal e ele joga lá para baixo e faz busca ativa. Vai atrás das empresas para vender São Caetano. Com isso, traz um monte de gente para cá. Vinte anos atrás. Se tivéssemos levado isso a sério, seríamos hoje um Vale do Silício região na CalifórniaEstados Unidos, onde estão situadas várias empresas de alta tecnologia) aqui. Porém, nesse meio tempo foi se largando, muita gente foi embora. A prefeitura nunca deu muita atenção ao ITESCS (Instituto de Tecnologia de São Caetano). Isso foi se desmontando e a gente percebe que os serviços não foram acompanhando o crescimento necessário para compensar a queda da indústria. Se pegarnos os dados de em 2008, o valor adicionado da indústria (capacidade de produção de riqueza por habitante) era de R$ 10 mil por habitante/ano. Em 2019, último ano fechado, esse valor era de R$ 3.100. O serviço compensou a queda? O valor adicionado do serviço caiu, na mesma base, de R$ 9 mil para R$ 7 mil. Não caiu tanto como a indústria, mas não conseguimos fazer a transformação da matriz. Além disso, essa queda está atrelada à saída das indústrias, que levaram parte dos serviços junto e ficamos só assistindo a tudo isso.

Quando enxergamos esse cenário fica muito claro que São Caetano não é uma cidade só de florzinha no canteiro, tudo pintadinho. São Caetano tem um problema estrutural muito grave. Como o prefeito faz um mandato de quatro anos, ele olha e pensa: ‘seguro até ali na frente. Vou continuar fazendo o que tenho de fazer para as pessoas verem a cidade bonitinha’. Só que ninguém quer meter o dedo na ferida e realmente mexer no que importa, que é gerar receita, gerar renda. Porque na hora que você gera renda para um morador da cidade, a prosperidade do município é decorrente.

A gente fala muito aqui que São Caetano é uma cidade muito de marketing, onde tudo é bonitinho na propaganda. Quem mora fora de São Caetano quer viver aqui, porque é tudo lindo. Só que quem mora aqui e vai usar o serviço público sabe de todos os problemas que a gente tem.

Sempre falamos que a comparação de São Caetano tem de ser feita com São Caetano mesmo e não com o município do lado. Porque a condição econômica dele é totalmente diferente da nossa. Sempre vamos estar melhor que eles enquanto conseguirmos manter isso. Agora, já tivemos épocas áureas de São Caetano ser muito melhor do que é hoje. Essa é nossa indignação.

Pandemia e os atuais prefeitos

Acredito que os prefeitos, por conta de terem liberdade da legislação de não fazerem licitação para tudo que é relacionado à covid, aproveitaram a pandemia para passar do ponto e, num primeiro momento, entregaram tudo que podiam para a população. Pensaram, ‘ano eleitoral, não preciso fazer licitação e vou dando tudo para todo mundo’. Com isso, é quase uma sequência natural o crescimento da aceitação dos atuais prefeitos. Agora, a gente começa a ver Polícia Federal e Gaeco aparecerem em várias cidades, São Caetano não é diferente. Quem tem de dizer se é lícito ou não é a Justiça. Enxergo que tem muita gente que se aproveitou da covid para fazer muita coisa errada e tenho a convicção de que em São Caetano não foi diferente.

O Consórcio

O Consórcio é fundamental na estrutura do ABC. É triste ver como se usa a figura do Consórcio para fazer política regional. Se o prefeito que está na presidência não é aliado, então o Consórcio não serve e se usa a entidade nesse boicote político. O Consócio é um órgão administrativo, que tem de integrar as políticas públicas do ABC para que não se tornem concorrentes. Como é que a gente quer em uma região de 2,7 milhões de habitantes, totalmente conurbada, onde as divisas são meio de ruas, discutir política de saneamento sem conversar com a cidade ao lado, que vai sofrer as consequências dos erros e acertos do vizinho? Falar de transporte público e cada um discutir por si, se há uma integração total? Isso também se estende para a saúde e outras áreas.

Não tem como se fazer política sozinho. É uma hipocrisia muito grande um prefeito usar o Consórcio para fazer guerra política e não entender a necessidade de integração regional. É enxergar a política e esquecer as pessoas pelas quais ele administra.

Vi o Consórcio com boa intenção durante a pandemia. Um grande desafio que o Consórcio ainda tem e, no momento que foi necessário, ainda não estava preparado para conseguir executar, é fazer as licitações regionais. Quando estive lá vi a importância disso acontecer. Vi neste momento o Consórcio tendo de fazer uma compra regional e não conseguir sair do papel e olha que é o Consórcio mais antigo do país, mais preparado e não conseguimos virar essa página.

Denúncia

Faz quase dois anos e meio que sai do Consórcio. Minhas contas foram aprovadas pelo Tribunal de Contas. Os contratos denunciados, as licitações nem foram feitas por mim. Eram contratos que diminuímos (o valor), porque recebi a incumbência dos prefeitos de reduzir o custo do Consórcio e conseguimos reduzir em mais da metade. Aí, na época da eleição, surgem denúncias, porque o prefeito daqui está todo lameado. Não posso afirmar que foi ele quem fez a denúncia, nem quero dar a entender isso. Porém, aparece o nome de uma pessoa que não tem nada a ver, numa denúncia sem assinatura, querendo me colocar na mesma vala comum de todo politico corrupto. Desculpa, eu não sou. Tenho uma vida limpa. Nunca tive um único processo. Nunca fui investigado em absolutamente nada.

Três mandatos com vereador, passagem pela Secretaria de Desenvolvimento Econômico, liderança de um Consórcio como secretário-executivo, nunca tive nenhum problema com a Justiça. Então, fazer esse tipo de coisa às vésperas da eleição, contas que já foram aprovadas pelo próprio Tribunal, querer investigar, me sinto até aliviado, porque nunca vai pairar qualquer desconfiança. Investigou, mostrou que está tudo certo. Porém, é um jogo tão sujo, tão baixo, porque querem medir todo mundo pela mesma régua. Se sou sujo e não consigo mostrar para a população que sou limpo, então vamos sujar todo mundo. É feia esse tipo de política.

Gestão no pós-pandemia

Não preocupa o pós-pandemia, porque São Caetano tem uma saúde financeira ainda capaz de dar suporte e temos caminhos para fazer as coisas acontecerem. Um grande processo de distribuição de renda para as empresas, um programa de microcrédito, de banco do empreendedor para dar fôlego. É a hora de o poder público estender essa mão. Vamos ter de mexer em coisas importantes. Vejo a prefeitura, neste momento, gastando R$ 16 milhões para reformar uma escola, não sei mais quantos milhões para reformar a Praça da Matriz, fazendo parques. Essas não são prioridades no momento. A prioridade no momento é salvar empregos. Salvar a condição dos moradores daqui manterem os empregos e a renda. Serem capazes de se sustentar com o próprio salário. Não sabemos se tem uma segunda onda de covid. Quanto de dinheiro ainda teremos de investir na saúde? Entendo que temos de recuperar este ano perdido das crianças na escola. Dar reforço escolar. É muito investimento que temos de fazer nas pessoas e vemos a prefeitura querendo construir na véspera de eleição.

Minha preocupação são as pessoas e ele tem preocupação em inaugurar obras. As obras são importantes, mas neste momento, em que a preocupação do mundo é salvar vidas e preservar empregos, estamos completamente na contramão, até porque se pegar os dados oficiais, São Caetano é a cidade onde mais morre gente por 100 mil habitantes. Então, apareceu a televisão, fez propaganda de tudo quanto é coisa, mas na prática, é a cidade que mais se perdeu vidas. Infelizmente, na cidade tem muita coisa que é só propaganda.

Temos de preparar a cidade para desburocratizá-la, desinchá-la. A quantidade de funcionários que temos em São Caetano é de outro planeta. Tem muito cargo comissionado. Tem muita gente que nunca apareceu para trabalhar. Queremos tirar não é quem trabalha direito, mas sim, aquele que só se encosta nos outros. Há indicação de cargos políticos na cidade e isso sobrecarrega o morador, que paga um IPTU mais caro, paga taxas altas, para sustentar uma estrutura política que hoje toma conta da administração pública.

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