
O pagamento do 13º salário aos trabalhadores com carteira assinada e aos beneficiários da Previdência Social deve injetar R$ 3,45 bilhões na economia do ABC até o final deste ano. O abono natalino será concedido a 1,222 milhão de pessoas, que vão receber montante médio adicional de R$ 2.827, segundo estimativa feita pela reportagem do Diário Regional.
Do total projetado pela reportagem, R$ 882 milhões já teriam sido creditados e outros R$ 2,571 bilhões entrarão nas contas até o final de dezembro.
O prazo para o pagamento da primeira parcela do 13º aos trabalhadores formais é o último dia útil de novembro (29). A segunda – sobre a qual incide o Imposto de Renda – deve ser creditada até 20 de dezembro.
Aos aposentados e pensionistas do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), o adiantamento de 50% do abono natalino foi feito em agosto e setembro. O restante – também sobre a qual incide o IR – será depositado juntamente com a folha de novembro.
O montante total é 4,6% superior, em termos nominais, ao injetado no ABC no ano passado (R$ 3,3 bilhões). Descontada a inflação do período (2,54%), houve aumento de 1,02%.
O contingente que receberá o abono natalino neste ano no ABC cresceu 2,3%, com o acréscimo de 20 mil pessoas.
CONSCIÊNCIA
Os especialistas em finanças recomendam que as pessoas usem o dinheiro do 13º salário com consciência e aproveitem para quitar suas dívidas, além de organizar as contas do início do ano. Com bom planejamento, também é possível investir ao menos parte dos recursos.
“Para aqueles que estão endividados, a prioridade deve ser resolver as pendências financeiras”, afirma o gerente de investimentos da cooperativa Sicredi Vale do Piquiri ABCD PR/SP, Luiz Crivelenti.
Quem está nessa situação deve negociar o pagamento da dívida com as instituições credoras e buscar descontos.
Para os trabalhadores que estão em dia com suas finanças, o coordenador do curso de Gestão Financeira do Centro Universitário Internacional Uninter, Daniel Cavagnari, recomenda reservar ao menos metade do valor recebido para as despesas de início de ano, como Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU), Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores (IPVA), uniformes e material escolar.
O restante do valor, orienta Cavagnari, pode ser usado para investimento, compra de presentes e outros gastos com as comemorações de Natal e Réveillon. “Também é possível usar o benefício para revisar o carro, arrumar a casa, passear com a família. O bem-estar é o que nós temos de mais importante”, destacou o professor.
Entenda como é realizada a estimativa
Para chegar à estimativa, a reportagem do Diário Regional usou números da Relação Anual de Informações Sociais (Rais) de 2018 e do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) – que, juntos, revelam a existência de 744,9 mil trabalhadores com carteira assinada no ABC em setembro. Considera ainda as 476,6 mil pessoas que, segundo o Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), recebem aposentadorias e pensões.
No caso dos empregados, a estimativa leva em conta o rendimento médio (R$ 3.159) apurado pela Rais em dezembro de 2017, mas atualizado pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). No caso dos aposentados foi usada a média de R$ 2.182, segundo dados informados pela superintendência do INSS em São Paulo.
Assim, o pagamento do 13º destinará R$ 2,414 bilhões aos trabalhadores com carteira assinada do ABC. Desse valor acredita-se que 15% (R$ 362 milhões) foram pagos antecipadamente, seja por conta das férias, seja porque o adiantamento é previsto no acordo coletivo.
Será destinado mais R$ 1,04 bilhão aos beneficiários do INSS, dos quais metade já foi paga.
A estimativa não mensura o contingente de trabalhadores que, tendo vínculo inferior a 12 meses, receberá 13º proporcional, nem assalariados sem carteira ou com outras formas de inserção. Não considera ainda o desconto do Imposto de Renda.