Neymar foi apresentado ontem (4) pelo PSG após o clube francês pagar € 222 milhões (R$ 821 milhões) pela quebra de contrato com o Barcelona e tornar o brasileiro o jogador de futebol mais caro da história.
Porém, o atacante disse, em entrevista coletiva, que não se transferiu apenas pelo dinheiro. O projeto montado pelo PSG foi determinante para a decisão, revelou.
“Vocês não sabem exatamente o que acontece na minha vida. Nunca foi movido por dinheiro, mas por felicidade. Sempre penso na minha família e agradeço ao Paris por acreditar no meu potencial”, disse Neymar.
“A ambição que esse clube tem é alinhada com a minha, de querer vencer, de buscar algo maior, desafios. Foi onde meu coração pediu para ficar e, com toda felicidade do mundo, estou aqui e vou fazer o melhor para ajudar nossa equipe”, prosseguiu Neymar.
Bem humorado, o atacante sorriu quando perguntado sobre se sentiria pressão pelo alto valor investido pelo PSG. “Não tenho pressão. Continuo igual, com os mesmos 69 quilos”, disse.
No clube francês, o brasileiro vestirá a camisa 10, que anteriormente era usada por Javier Pastore, e assinou contrato até 2022.
Neymar não estará em campo no jogo de estreia do Paris Saint-Germain no Campeonato Francês, hoje, contra o Amiens. Segundo o jornal “L’Équipe”, os documentos da Federação Espanhola não chegaram a tempo para que a inscrição do novo camisa 10 do PSG fosse regularizada.
Santos
A paz entre Santos e Neymar pode estar mais próxima após o craque interceder para que o clube paulista receba cerca de R$ 33 milhões do PSG, referente à indenização prevista no mecanismo de solidariedade da Fifa.
O valor é equivalente a 4% dos R$ 820 milhões que o clube francês investiu para tirar o atacante do Barcelona. A indenização prevê até 5% do valor total da transferência.
A reportagem apurou junto ao estafe do jogador e do Santos que, após receber o recado de Neymar sobre seu pedido feito ao PSG, o Santos já cogita retirar o processo na Justiça contra o craque.
Em 2015, o Santos interpôs demanda arbitral diante da Fifa contra o jogador; seu pai, Neymar da Silva Santos Júnior; a empresa Neymar Sport e Marketing S/S Limitada e o Barcelona, todos envolvidos na transação que levou o craque ao clube catalão em 2013.
Recentemente, a Fifa condenou o Barcelona a indenizar o Santos, mas absolveu Neymar. O clube paulista recorreu ao Tribunal Arbitral do Esporte.
Sindicato
A FiFPro, entidade que reúne sindicatos de atletas de futebol ao redor do mundo, pediu ontem (4) que a União Europeia investigue a venda de Neymar do Barcelona-ESP para o Paris Saint-Germain-FRA.
Para a FIFPro, a quantidade de dinheiro envolvida em transferências afeta a competitividade do futebol.
O Barcelona já havia avisado que reclamaria formalmente, mas à Uefa, órgão que regula o futebol no continente. O PSG não teria respeitado o Fair Play financeiro, que determina que os clubes não podem gastar mais do que arrecadam em contratações.
O presidente do PSG, o qatari Nasser Al-Khelaifi, disse não estar preocupado com qualquer investigação e que as negociações feitas pelo clube buscam a “transparência”.