As pessoas que sofrem da patologia podem ser manipuladoras e abusivas com terceiros para conseguir aclamações. Comumente usam de dissimulação para não passar a ideia de desequilíbrio
O Brasil já enfrentou diversas epidemias de dengue, zika, entre outras. Porém, existe uma epidemia “silenciosa”, ocultada pela aceitação social, que afeta cada vez mais pessoas e compromete o comportamento e personalidade, o narcisismo patológico.
O alerta é do neurocientista, Fabiano de Abreu Agrela, autor de diversos estudos publicados sobre o assunto. Segundo o especialista, os índices de ansiedade e uso de eletrônicos no Brasil facilitam a instalação da patologia.
“A sociedade brasileira é a mais ansiosa do mundo, também a que mais passa tempo nas telas. A ansiedade leva a sensações de pendências que coloca o sujeito em uma atmosfera negativa de ameaça e o comportamento na rotina de redes sociais, mascara o narcisismo patológico, tornando-o uma epidemia, normalizada pela aceitação, o perigo avança sem resistência.”
Há quem duvide da classificação do narcisismo como um transtorno, qualificando-o apenas como um traço de personalidade. No entanto, de acordo com Fabiano de Abreu, o narcisismo patológico, principalmente por ser culturalmente aceito, representa um perigo para o futuro da sociedade.
“A recompensa instantânea torna-se viciante, iniciando um círculo vicioso, acionando um gatilho interminável de dor e prazer, o processo molda o cérebro e acarreta em comportamentos que tornam-se culturais e desenvolvem a patologia”, explica.
“Estamos falando de narcisismo patológico, que formata um cérebro e um DNA, que será passado de geração para geração, enraizado em comportamentos culturalmente aceitos porém trazendo consequências sérias para o futuro, promovendo psicopatologias futuras que se tornaram epidêmicas.”
O que é o narcisismo patológico?
O narcisismo é uma admiração e valorização extrema por si mesmo em níveis mais elevados. Esse comportamento torna-se uma patologia que gera um super auto apego e necessidade de admiração e reconhecimento.
As pessoas que sofrem da patologia podem ser manipuladoras e abusivas com terceiros para conseguir aclamações. Comumente usam de dissimulação para não passar a ideia de desequilíbrio, podendo dificultar a identificação do transtorno e até torná-lo socialmente aceito.