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Na Lava Jato, Gim Argello é condenado a 19 anos de prisão

Argello é acusado de pedir dinheiro a empresários para abafar conclusões do relatório da CPI. Foto: Waldemir Barreto  Agência

O ex-senador Gim Argello, preso na Operação Lava Jato, foi condenado a 19 anos de prisão pelos crimes de corrupção, lavagem de dinheiro e obstrução à investigação.A sentença foi dada ontem (13) pelo juiz Sergio Moro. Cabe recurso. Argello, que era filiado ao PTB, é acusado de pedir dinheiro a empresários para evitar convocações e abafar conclusões do relatório final da CPI da Petrobras, em 2014.

Durante o processo, dois empresários admitiram ter pago propina a Argello: Leo Pinheiro, ex-presidente da OAS, e Ricardo Pessoa, sócio da UTC. Os valores foram pagos, segundo os depoimentos, por meio de doações eleitorais oficiais e de uma transferência a uma igreja no Distrito Federal, base eleitoral de Argello.

Os dois empresários também foram condenados, pelos crimes de corrupção, lavagem de dinheiro e obstrução à investigação. Pinheiro foi sentenciado a 8 anos e 2 meses de prisão.Já Pessoa e seu sócio na UTC, Walmir Pinheiro Santana, também condenado, fizeram um acordo de delação premiada, e por isso não cumprirão penas além das que já foram previstas no acordo.

Os assessores do ex-senador, Paulo Cesar Roxo e Valério Neves Campos, que também eram réus, foram absolvidos por Moro, assim como o filho de Argello, Jorge Afonso Argello Júnior, e os ex-executivos da OAS Roberto Zardi Ferreira e Dilson de Cerqueira Paiva Filho.O juiz entendeu que não havia provas suficientes para condená-los.

Outro lado

O ex-senador sempre negou irregularidades. Em depoimento a Moro, no final de agosto, chorou e disse estar sendo vítima de “vingança”.”Eu não fui desonesto. Não pedi propina para ninguém, não pedi vantagem indevida a ninguém. Eu pedi doação eleitoral dentro da lei”, afirmou, na ocasião.A reportagem ainda não conseguiu contato com a defesa dos demais acusados.

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