
A paralisação dos caminhoneiros que afetou 18 estados foi sentida especialmente em São Paulo e Minas Gerais. Levantamento da Associação Brasileira de Caminhoneiros (Abcam) mostra que Minas foi o estado com mais pontos de paralisação, um total de 15 segundo a entidade. Cerca de 300 mil caminhoneiros pararam em algum momento as atividades no país, conforme a associação.
Os caminhoneiros pedem mudanças na política de reajuste dos combustíveis da Petrobras, com a redução da carga tributária para o diesel, além de isenção da Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico (Cide).
“Acreditamos que o objetivo foi atingido. O que acaba com o transporte rodoviário de carga são os impostos embutidos no óleo diesel”, afirmou José da Fonseca Lopes, presidente da Abcam.
Segundo o dirigente, em média 42% do custo do frete se refere ao diesel e, quando o motorista pega um frete por R$ 4 mil, “não ganha nem para chiclete”. “Vende o almoço para comprar a janta, pois está pingando para ele. Não tem ponto de apoio decente, não tem segurança nas rodovias e não consegue manter a família com o mínimo de tranquilidade e rentabilidade.”
Na maioria dos estados, os caminhoneiros desencadearam a operação tartaruga, o que deixou o tráfego lento. Em outros locais, houve interdições totais ou parciais e queima de pneus.
Em São Paulo, pontos de manifestação afetaram o trânsito após bloqueio de pistas da marginal Pinheiros e da avenida Jacu-Pêssego, na zona leste.
O protesto ganhou força por volta das 7h40, quando quatro caminhões, um em cada faixa, passaram a trafegar lentamente pela marginal Pinheiros segurando o fluxo de veículos na pista expressa.
No Interior, caminhoneiros fizeram protesto em frente à Replan, em Paulínia; e em Bauru, Votorantim e Cravinhos, entre outras cidades.
Também foram registrados protestos no Rio, Paraná, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Espírito Santo, Goiás, Tocantins, Mato Grosso, Ceará, Paraíba, Tocantins, Pernambuco, Rio Grande do Norte, Pará e Bahia. Segundo a Abcam, a orientação era não bloquear estradas ou queimar pneus.
Segundo a Confederação Nacional dos Transportadores Autônomos (CNTA), foram registrados 188 pontos de paralisação no país: sete no Norte, 38 no Centro-Oeste, 27 no Nordeste, 55 no Sul e 61, no Sudeste.