Depois de um Dia dos Namorados apenas morno, os consumidores do ABC parecem mais animados a presentear seus pais no segundo domingo deste mês. Mesmo diante da crise econômica, o gasto projetado com a lembrança da data deve ser, em média, 15,8% maior do que o do ano passado.
Os dados integram a Pesquisa de Intenção de Compras (PIC) Dia dos Pais, realizada pelo Observatório Econômico da Universidade Metodista de São Paulo (Umesp) e divulgada ontem (3). Ainda segundo o levantamento, a data deve movimentar R$ 72 milhões no varejo da região.
O professor Moisés Pais dos Santos, do Observatório Econômico da Umesp, lembrou que as projeções animadoras escondem a base de comparação bastante fraca, mas destacou que a economia “parou de piorar” e isso deixa o consumidor mais propenso a gastar, o que se reflete na PIC.
“O mercado de trabalho do ABC se estabilizou e, em alguns meses, chegou a criar vagas, o que dá a quem está empregado mais tranquilidade para consumir”, disse Santos. “Além disso, a liberação das contas inativas do FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço) impactou positivamente o comércio. Mesmo quem usou o dinheiro para pagar dívidas antigas começa a ter algum alívio no orçamento”, prosseguiu.
A estimativa é de que os saques de contas inativas tenham injetado R$ 859 milhões na economia da região. Esse era, em março, o montante recolhido por empresas do ABC que estava depositado em contas sujeitas à retirada autorizada pelo governo.
Ainda segundo o levantamento, os consumidores da região devem gastar, em média, R$ 206 com a data, pouco mais de R$ 33 acima do apurado no levantamento do ano passado (R$ 172,65).
Neste ano, em ordem de prioridade, pais, maridos, avôs e sogros serão os mais presenteados. Os moradores do ABC devem agraciá-los, principalmente, com roupas, calçados, perfumes, cosméticos e artigos esportivos, seguidos de jantares, passeios, e relógios.
Estado
A Federação do Comércio do Estado de São Paulo (FecomercioSP) projetou crescimento real (contabilizada a inflação) de 11% nas vendas do varejo paulista neste mês.
A entidade ressaltou que as projeções se referem às vendas totais do varejo no mês e não estão, necessariamente, embasadas no movimento do Dia dos Pais. Porém, destacou que “a combinação positiva de elementos determinantes do consumo, como a queda notória da inflação, o ciclo de cortes na taxa básica de juros e a elevação na renda agrícola (…) geram um ambiente favorável ao crescimento das vendas”.