
Atualizado às 20h30
Morreu na madrugada deste domingo (23) o ex-prefeito de Diadema Gilson Luiz Correia de Menezes, 70 anos, que lutava há alguns anos contra problemas renais.
O velório ocorre na Câmara Municipal (avenida Antônio Piranga, 474) e ficará aberto durante à noite. O sepultamento está marcado para as 10 horas desta segunda-feira (24), no Cemitério Municipal.
Gilson Menezes notabilizou-se por ter sido o primeiro prefeito eleito pelo PT – em 1982, nas primeiras eleições diretas para cargos do Executivo e Legislativo desde o golpe de 1964.
O vereador de Diadema Josa Queiroz (PT) ressaltou a importância do ex-prefeito para o partido. Segundo o paramentar, a história do PT se divide entre antes da primeira administração do Gilson e depois. “O Gilson foi responsável por implementar uma séria de politicas que o partido sempre defendeu, que é governar para os mais necessitados e elaborar politicas para os excluídos”, disse.
Josa destacou também que Gilson mostrou sua eficácia e acabou virando laboratório de politicas que naquele momento eram totalmente diferentes das praticadas até então. “A prefeitura saiu do Paço e foi para todos os cantos da cidade. Vai deixar saudade”, ressaltou.
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva lamentou a morte do companheiro e afirmou que Gilson foi um grande homem público brasileiro. “Metalúrgico, fundador do PT, e o primeiro prefeito eleito pelo Partido dos Trabalhadores em Diadema, iniciando uma sequência de administrações populares que mudaram a cidade. Gilson é parte da geração que mudou o sindicalismo brasileiro, lutou pela redemocratização do país e por gestões públicas voltadas aos mais pobres, a melhoria da saúde e educação pública. Um companheiro que deixa um grande exemplo e uma trajetória de trabalho e dedicação por Diadema e pelo Brasil”, destacou.
“Recebemos com tristeza a notícia da morte do companheiro Gilson Menezes, primeiro prefeito eleito pelo PT no país. Gilson foi um dos que encabeçou, sob a liderança de Lula, a greve da Scania no final dos anos 1970, que iniciou o processo de transformação do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC no maior sindicato do país. Como prefeito, ele transformou a cidade de Diadema com obras sociais e de urbanização”, escreveu o presidente estadual do PT e ex-prefeito de São Bernardo, Luiz Marinho.
“Um lutador e grande companheiro que fará muita falta. Minha solidariedade à família”, prosseguiu Marinho.
O vereador de Diadema Marcos Michels (PSB) também lamentou a morte do político. “Em janeiro de 2018 tivemos a oportunidade de conversar sobre muitas coisas, mas o que jamais esquecerei é da verdade em sua voz e da dignidade em seu olhar. Falava da nossa cidade, de sua família e me desejava tantas coisas boas, com um brilho incrível no olhar. Seguramente, um grande homem. Um excelente prefeito”, escreveu.
O prefeito de Diadema, Lauro Michels (PV), decretou luto oficial por três dias. “Gilson foi um homem de ideais, acreditou no que fez e fez o que acreditou ser o melhor para a nossa cidade. Foi prefeito por duas vezes, vice-prefeito, deixou marcas que nunca serão esquecidas em nossa cidade”, disse Michels.
HISTÓRIA
Natural de Miguel Calmon, no serão baiano, Gilson Menezes veio com a família em 1960 para São Bernardo, onde se formou ferramenteiro pelo Senai. Seu primeiro emprego foi em uma pequena fábrica de peças de bicicletas. Trabalhou por um ano na Mercedes-Benz e, depois, na Scania, onde permaneceu de 1973 até a greve de 1980.
Graças à forte militância, Gilson Menezes foi convidado pela diretoria do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC a se integrar à gestão como delegado de base na Scania. Juntamente com o companheiro Luiz Inácio Lula da Silva, fundou o Partido dos Trabalhadores e, em 1982, foi escolhido pela legenda para se candidatar à Prefeitura de Diadema.
O primeiro mandato durou de 1983 a 1988 e o credenciou a buscar vaga como deputado estadual. Elegeu-se para a Assembleia Legislativa em 1991 e foi reeleito em 1995, mas não chegou a completar o segundo mandato, uma vez que, em 1996, foi novamente eleito prefeito de Diadema, pelo PSB.
Quatro anos mais tarde, Menezes perdeu a reeleição para o petista José de Filippi Júnior. Passou por vários partidos até retornar ao PSB em 2008, quando foi eleito vice-prefeito na chapa encabeçada por Mário Reali (PT). Em 2012, a dupla foi derrotada por Lauro Michels.
No final de sua carreira política, Gilson Menezes teve problemas com a Justiça, que bloqueou seus bens por suspeitas de irregularidades cometidas na época em que foi prefeito pela segunda vez. O político “pendurou as chuteiras” em 2017, depois da derrota nas urnas no ano anterior, quando se candidatou sem sucesso a uma cadeira na Câmara de Diadema. Mudou-se então para Santa Cruz da Conceição, no Interior paulista.
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Foi um prefeito com olhar pras pessoas mas pobres crianças e idosos ajudou a começar a crescer nossa cidade trabalhei com ele que Deus conforte os corações da família
Um grande homem, político e prefeito de Diadema. Sua ótima administração foi o pontapé inicial pra transformar a cidade de Diadema no que é hoje. Seu legado jamais será esquecido. Obrigado Gilson por tudo que fez por Diadema, descanse em paz.
Trabalhei nas duas campanhas dele para prefeito, em 82 e 96, na minha opinião nunca foi um ótimo prefeito, deixou bastante a desejar!
Agora já não importa, isso o prejudicou muito, pois usava remédios muito caros.
Injustamente com bens bloquedos por decadas, até os dias de hoje, com processos engavetados por essa que se chama de justiça. Tudo isso orquestrado pelo PT de Diadema.