Os trabalhadores da base do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC vão avaliar, amanhã (13), as propostas de reajuste apresentadas pelas bancadas patronais ao longo da campanha salarial deste ano. A assembleia será realizada a partir das 18h na regional de Diadema (Avenida Encarnação, 290, Piraporinha). Não está descartada a possibilidade de greve.
Em um cenário de crise na indústria, a campanha salarial teve início em 7 de junho, com a entrega aos representantes patronais da pauta da categoria pela Federação Estadual dos Metalúrgicos (FEM-CUT). A entidade negocia em nome de 13 sindicatos e 203 mil trabalhadores, dos quais cerca de 80 mil no ABC – em São Bernardo, Diadema, Ribeirão Pires e Rio Grande da Serra.
A data-base da categoria é 1º de setembro. Nas últimas semanas, com o objetivo de pressionar o empresariado, a FEM-CUT entregou avisos de greve aos grupos patronais, à exceção do G2, que compreende as indústrias de máquinas e eletroeletrônicos.
O G2 foi o único que ofereceu a correção dos salários pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), que acumula 9,62% nos 12 meses anteriores à data-base. Pela proposta, 6,62% seriam aplicados retroativamente a setembro e o restante, em fevereiro do próximo ano.
A bancada patronal da estamparia chegou em 9,62%, sendo 6,5% na data-base e 2,93% em fevereiro. A da fundição, por sua vez, propôs 9,62% de reajuste para quem recebe o piso e 9,2% para os demais trabalhadores.
O G8 (metais ferrosos, não ferrosos e condutores elétricos) propôs 8,65% de reajuste, sendo 6% em setembro e 2,5% em fevereiro. O G3 (autopeças, forjaria e parafusos) ofereceu 8% e o G10 (reparação de veículos, lâmpadas e material bélico) não apresentou proposta.
“Foram meses intensos de negociação tentando rebater o discurso da bancada patronal de que não era possível avançar devido à crise”, afirmou o presidente da FEM-CUT, Luiz Carlos da Silva Dias, o Luizão.
Scania
Em assembleia realizada ontem, os trabalhadores na Scania, em São Bernardo, aprovaram a entrega de aviso de greve à empresa. Em campanha salarial, os funcionários rejeitaram a proposta apresentada pela montadora, de 4% de reajuste salarial em janeiro mais abono. “Nossa referência é o índice de 9,62%, que repõe a inflação do período pelo INPC”, disse Carlos Caramelo, diretor do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC e trabalhador na Scania.
Entre as montadoras da base, somente na Scania a campanha salarial está em andamento. Nas demais, o reajuste deste ano já está previsto em acordos com validade para mais de um ano firmados anteriormente.