
O resultado das negociações relativas à campanha salarial deste ano dos metalúrgicos do Estado de São Paulo ligados à Central Única dos Trabalhadores (CUT) foi apresentado à categoria por meio assembleia virtual realizada na plataforma digital do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, um dos 14 representados pela Federação Estadual dos Metalúrgicos. O presidente da FEM/CUT, Luiz Carlos Silva Dias, o Luizão, detalhou as propostas e os trabalhadores votaram na última quarta-feira (30). Ao final, os acordos firmados com as bancadas patronais foram aprovados por 88% dos votantes.
A maioria dos metalúrgicos conquistou reposição da inflação e renovação da convenção coletiva por dois anos. Segundo o sindicato, há acordos fechados com 80% da base.
Até o momento foi possível chegar ao entendimento com as bancadas do Sindicel (condutores elétricos, trefilação e laminação de metais não-ferrosos), Fundição, G2 (máquinas, aparelhos elétricos e eletrônicos) e G3 (autopeças, forjaria e parafusos). Outros grupos prometeram apresentar proposta, como Estamparia, G8.3 (ferramentas, materiais e equipamentos ferroviários e rodoviários) e Sindratar (refrigeração).
O G10 (lâmpadas, material bélico e equipamentos odontológicos) se recusou a negociar e o G8.2 (trefilação e laminação de metais ferrosos) apresentou proposta de reajuste zero, rejeitada já na mesa de negociação. Para esses grupos, a FEM/CUT protocolou aviso de greve.
O secretário-geral do sindicato, Moisés Selerges, destacou o êxito da FEM/CUT e dos dirigentes ao garantir a manutenção de direitos em um momento político tão conturbado. “Os dirigentes foram bons comandantes nesse momento de mar revolto. A federação está de parabéns pela negociação. Isso não significa que podemos relaxar ou pensar que está tudo resolvido, mas mostramos que somos fortes”, comentou.
“Estamos travessando um período bem difícil de pandemia com economia em queda e, para agravar, temos um governo que trabalha o tempo todo com bastante força na retirada de direitos dos trabalhadores. Por isso, conseguir renovar as cláusulas sociais das nossas convenções coletivas é uma vitória importante”, completou.
MERCEDES
Na quinta-feira (1°) foi a vez de os trabalhadores na Mercedes-Benz votarem a proposta negociada pelo sindicato com a montadora, que foi aprovado pela maioria. O acordo garantiu a renovação das cláusulas social da convenção coletiva por três anos e a instituição de vale-refeição no valor de R$ 300 permanente a todos os trabalhadores, que será corrigido pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) em 2021 e em 2022 será reajustado para R$ 330.
Para este ano não haverá reposição da inflação. Para 2021 e 2022, o acordo garante o repasse integral do INPC. (Reportagem Local)