
No dia em que completou 64 anos no Brasil, a Mercedes-Benz inaugurou ontem (28) nova linha de produção de chassis de ônibus que recebeu investimentos de R$ 107 milhões no parque industrial da montadora em São Bernardo.
A apresentação das instalações foi feita em transmissão virtual à imprensa, na qual diretores da Mercedes disseram que, apesar da queda superior a 34% do mercado de ônibus neste ano, este é o “momento certo” de investir em transporte coletivo.
Segundo previsões da Mercedes-Benz, o mercado de coletivos deve reagir em 2021, após fechar este ano na faixa de 12 mil a 13,7 mil unidades licenciadas. A expectativa é de crescimento de 15% a 20% nas vendas da indústria – o que, porém, ainda não permitiria voltar aos volumes de 2019.
“Porém, é uma informação positiva porque é crescimento. O desempenho (do setor de ônibus) vai depender do crédito que será ofertado pelos bancos a esse segmento, mas estamos otimistas”, comentou Walter Barbosa, diretor de Vendas e Marketing da divisão de ônibus da Mercedes, salientando a perspectiva de retorno gradual dos passageiros do modal.
Roberto Leoncini, vice-presidente da Mercedes-Benz, lembrou que, além do impacto na economia e das restrições à circulação no enfrentamento da pandemia de covid-19, o setor lida com a menor confiança das pessoas em usar veículos de transporte coletivo, dada a preocupação com o risco de contágio.
Em razão da queda de demanda, a fábrica de chassis de ônibus da Mercedes-Benz funciona atualmente em apenas um turno de produção. A nova linha, que recebeu investimentos superiores a R$ 100 milhões, faz parte do ciclo de investimentos iniciado em 2018 e que prevê aporte total de R$ 2,4 bilhões no Brasil.
A nova plataforma incorpora tecnologias de manufatura de última geração. Não há mudança na capacidade de produção da marca, mas permite maior versatilidade, já que a montadora consegue agora fabricar maior gama de coletivos em uma única linha.
AMBIENTE VIRTUAL
O projeto da nova fábrica demandou três anos. Foi desenvolvido em ambiente virtual 3D, tecnologia que permitiu verificar a eficiência dos processos por meio de simulações.
“Saímos de uma fábrica virtual no computador para a fábrica real com mais assertividade, otimizando a execução da obra. O mais desafiador: conseguimos construir a nova linha sem interromper a produção. Ou seja, trocamos o pneu com o ônibus andando, sem deixar de atender os pedidos de nossos clientes do Brasil e dos mercados de exportação”, disse Sérgio Magalhães, diretor geral de Ônibus da Mercedes-Benz América Latina.