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MedABC cria ambulatório pós-covid-19 para pacientes que foram internados

MedABC cria ambulatório Pós-Covid-19 para pacientes que foram internados
Parceria acompanha cerca de 100 pacientes que receberam alta médica do Hospital Estadual Mário Covas. Foto: Divulgação

Parceria entre as disciplinas de Infectologia e Pneumologia do Centro Universitário Faculdade de Medicina do ABC (FMABC) resultou na criação de ambulatório multidisciplinar exclusivo para atendimento de pacientes que foram internados com diagnóstico grave de covid-19. Atualmente o serviço faz o monitoramento de cerca de 100 pacientes que receberam alta médica do Hospital Estadual Mário Covas, em Santo André, e que apresentaram a forma grave da doença com internação em Unidade de Terapia Intensiva (UTI).

O objetivo da iniciativa é avaliar a gravidade de cada caso, estudar possíveis sequelas pulmonares e a necessidade de fisioterapia respiratória e realizar avaliação da função pulmonar, entre outras ações. Caso haja necessidade, o próprio médico que autoriza a alta médica realiza o encaminhamento do paciente para a Unidade de Referência para Doenças Infecciosas Preveníveis (Urdip) da FMABC, que posteriormente faz o agendamento junto ao serviço de Pneumologia do Centro Universitário.

Os principais sintomas apresentados em alguns pacientes após o tratamento da Covid-19 são tosse, falta de ar e cansaço. O comprometimento respiratório causado pela multiplicação do vírus nas células dos alvéolos pulmonares pode ocasionar pneumonia e quadros graves de insuficiência respiratória.

Além do acompanhamento com infectologistas e pneumologistas, os pacientes contam com o atendimento do setor de Reabilitação Pulmonar da FMABC. O trabalho multidisciplinar pode alcançar a melhora dos sintomas, o uso de menos medicamentos e a redução de sobrecarga na função cardíaca. A equipe é formada por fisioterapeutas, educador físico, psicólogo, nutricionista e terapia ocupacional.

“Atendo pacientes que se curaram há meses do vírus, mas ainda apresentam alterações nos exames de tomografia, sintomas leves ou modificações cardiorrespiratórias. Busquei detalhamento científico na literatura médica e não encontrei informações precisas. Por isso, decidimos estudar as características e a duração desses sintomas que demoram a se resolver, mesmo após a alta médica. O trabalho tornou-se objeto de estudo de uma pesquisa clínica que, em breve, submeteremos para análise do Comitê de Ética em Pesquisa da FMABC”, explica o professor titular da disciplina de Pneumologia, Elie Fiss.

A iniciativa conta com a participação do professor da cadeira de Infectologia, Olavo Munhoz, e do pneumologista e assistente do Ambulatório de Pneumologia, Franco Martins.

“A covid-19 causa inflamações que consomem muita musculatura dos pacientes. O resultado é a fraqueza para desempenhar atividades diárias simples, como cozinhar, andar ou subir escadas. Os pacientes voltam a comer após a internação, ganham peso e gordura, mas não melhoram a capacidade muscular respiratória, o que faz com que apresentem cansaço contínuo e descondicionamento físico. O diferencial do trabalho de reabilitação pulmonar é, justamente, melhorar a qualidade de vida e devolver a autonomia. A grande maioria dos pacientes que acompanhamos tem apresentado melhora da capacidade pulmonar, redução da falta de ar e do uso de medicações, como os corticoides”, explica o pneumologista Franco Martins.

O atendimento do Ambulatório Pós-Covid-19 da FMABC teve início em setembro, no próprio campus universitário. Além dos pacientes pré-selecionados do HEMC, o acompanhamento especializado pode ser indicado para pacientes já atendidos em outros ambulatórios da própria MedABC, mediante encaminhamento interno.

REABILITAÇÃO

Vinculado à disciplina de Pneumologia do Centro Universitário FMABC, o setor de Reabilitação Pulmonar é destinado principalmente a adultos e idosos portadores de bronquite crônica, enfisema pulmonar, asma e outras patologias pulmonares. O trabalho contínuo de reabilitação promove melhoras da força muscular, da qualidade de vida e na independência.

Os grupos frequentam o espaço duas ou três vezes por semana – segundo a necessidade – e têm atividades em bicicleta ergométrica, esteira, além de alongamento, palestras educativas e práticas de reeducação postural para fortalecer de membros superiores e inferiores. Durante a pandemia também foi adotado o serviço de “Tele Reabilitação”, com orientações virtuais sobre exercícios e demais atividades.

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