O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) defendeu ontem (11), em Salvador, antecipar as eleições de 2018 para outubro deste ano e afirmou que o partido “não deve ter vergonha” de dizer que quer novo pleito presidencial. Lula foi a Salvador para participar de um encontro estadual do MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra), parte de uma estratégia do PT para tentar reaproximar a sigla de movimentos sociais.
Alguns dirigentes petistas defendiam que Lula oficializasse sua pré-candidatura à presidência da República no evento, o que não ocorreu. Em discurso, Lula afirmou que “se necessário”, voltaria a disputar a presidência. Porém, disse que está “pedindo a Deus” que apareçam outras pessoas para serem candidatas ao cargo. “Deus queira que apareçam outros companheiros, nós temos um ano inteiro pela frente. Agora, este ano vou andar o país. Primeiro, para recuperar a imagem do meu partido. Segundo, para recuperar a minha imagem.” O petista é réu em cinco ações penais, três delas da Operação Lava Jato.
Diante de 2.000 agricultores e dirigentes do MST, que usavam bonés com a frase “eu estou com Lula” e entoavam gritos de “Fora, Temer”, o petista disse que “nós voltaremos a governar este país”. O presidente do PT, Rui Falcão, afirmou que o partido “ainda não tomou decisão” sobre quem será candidato. Porém, disse que “é uma aspiração nacional” que Lula retome a campanha por eleições diretas à presidência”.
Na mesma linha, o coordenador nacional do MST, João Pedro Stedile, afirmou que não havia necessidade de lançamento da candidatura “porque Lula é o candidato permanente não só do MST, mas de todo povo brasileiro”.
Moro candidato
Ao defender a antecipação das eleições presidenciais, Lula conclamou potenciais adversários, incluindo o juiz Sergio Moro, responsável pela Lava Jato na primeira instância judicial, e acusado por petistas de politizar as investigações, a disputar as eleições. “Todo mundo tem direito. Entre num partido e vá para a rua pedir voto. O que não pode é querer ser presidente dando golpe na base da canetada”, afirmou.
Lula defendeu-se das suspeitas que pesam contra ele, que vão de corrupção à lavagem de dinheiro, entre outras, afirmando que, aos 71 anos, “não ia envergonhar a alma” da mãe.