
As discussões sobre o modal a ser adotado na Linha 18-Bronze, que ligará a Capital a São Bernardo, devem nortear as primeiras ações – e gerar os primeiros focos de divergência – da Frente Parlamentar de Apoio ao ABC, lançada ontem (17) em evento realizado no Consórcio Intermunicipal.
O coordenador da frente, deputado estadual Thiago Auricchio (PR), revelou que pretende realizar “o mais rápido possível” um encontro técnico com o objetivo de tratar do assunto. A urgência se deve ao fato de que o governador João Doria (PSDB) prometeu anunciar até o final deste mês o modal escolhido para a linha, que ligará a estação Tamanduateí do Metrô a São Bernardo, passando por Santo André e São Caetano.
“Vamos marcar, o mais rápido possível e antes da decisão do governador, um encontro técnico para discutir a Linha 18”, disse Thiago Auricchio, após o evento que lotou o auditório do Consórcio Intermunicipal.
A frente é formada por 36 deputados estaduais, entre os quais os seis com base eleitoral no ABC: Luiz Fernando (PT), Teonílio Barba (PT), Paulo Nishikawa (PSL), Carla Morando (PSDB), Márcio da Farmácia (Podemos) e Thiago Auricchio. Porém, só os petistas, além do coordenador da frente, compareceram ao evento de ontem.
Também participaram do lançamento os prefeitos de Santo André, Paulo Serra (PSDB); São Caetano, José Auricchio Júnior (PSDB); e de Rio Grande da Serra, Gabriel Maranhão (Cidadania), além do prefeito interino de Diadema, Pretinho do Água Santa (DEM). Compareceram ainda o deputado federal Alex Manente (Cidadania); o secretário-executivo estadual de Habitação, Fernando Marangoni, e quase 50 vereadores.
Durante o evento, os participantes receberam o regimento interno da Frente, que contém 26 objetivos a serem conquistados pelos parlamentares. A lista inclui a continuidade da descentralização da Farmácia de Alto Custo do Hospital Estadual Mario Covas, a construção do piscinão Jaboticabal e a urbanização completa da avenida dos Estados, entre outras demandas.
Porém, a implementação da Linha 18 deu a tônica dos discursos, assim como a necessidade de atuação sinérgica entre os parlamentares que deixe de lado questões partidárias.
O que variou nas declarações foi a defesa – mais ou menos enfática – do monotrilho, que o governo do Estado estuda trocar na Linha 18 pelo BRT (sistema de ônibus de alta velocidade, na sigla em inglês), mais barato e que exige menos recursos para desapropriações.
“Estamos em vias de perder a Linha 18, que está licitada e contratada, porque o Doria quer trazer uma linha de ônibus. Esse modal é o mais barato, mas não é o que a região precisa. O ABC quer metrô”, argumentou Luiz Fernando.
O petista e seu correligionário entendem que, dificilmente, haverá consenso entre os parlamentares da frente no que se refere ao modal mais adequado para a Linha 18, por conta do apoio de Carla Morando ao governo. A deputada é líder da bancada do PSDB – partido de Doria – na Assembleia Legislativa.
“O que defendo é o transporte público de alta capacidade que consiga levar nossa gente à rede que serve à Capital no menor tempo possível. Se será metrô, VLT (composição ferroviária com trilhos de superfície que precisa de energia) ou BRT, os estudos é que vão determinar”, argumentou Paulo Serra, que também preside o Consórcio Intermunicipal. “Tenho certeza de que o governador terá sensibilidade para trazer uma revolução verdadeira ao ABC.”
Alex Manente defendeu a necessidade de sinergia entre os agentes políticos. “É preciso estar unido de forma suprapartidária, porque quem olha partido não consegue pensar o ABC do futuro. Só conseguiremos superar divergências se focarmos nas convergências que nos unem.”
Olha o Paulo serra “pagando pau” pra turma do Morando, tremendo puxa saco.