
O Lar da Mamãe Clory, instituição sem fins lucrativos localizada no Bairro Assunção, em São Bernardo, lançou uma corrente do bem para conseguir recursos visando ao pagamento de despesas. Com a pandemia de coronavírus, a instituição perdeu sua única fonte de renda, obtida por meio da venda de peças doadas nos bazares de roupas, de móveis e eletro, de livraria e papelaria, além do restaurante, da boutique de planta, agora fechados.
A presidente da instituição, Soely Gozzi, afirmou que o lar não recebe verbas governamentais, apesar de ser reconhecida como utilidade pública municipal, estadual e federal. “Somos empreendedores e autogestores. Quem nos ajuda a ajudar, verdadeiramente, é o povo, com doações, e algumas empresas, como RiHappy, que doa brinquedos para o bazar. Vivemos dos recursos nos bazares e do restaurante e está tudo fechado agora”, destacou.
Soely afirmou que quando percebeu “o furacão que estava se aproximando” dispensou todos os funcionários com 60 anos ou mais para que ficassem em suas casas, além das crianças e professoras. “Estávamos trabalhando, mas a gente trabalha hoje para apagar amanhã. Somos como o povo. De repente, suspendeu tudo. Aí tomei uma atitude, que estou sofrendo muito, chamei 40 funcionários e dispensei, no dia 23 de março. Assinei a rescisão com um objetivo: como não estamos faturando, se todos ficassem não poderia pagá-los em abril, maio, junho e julho. Então, dispensei para que pudessem requerer o seguro desemprego. Assim não vão estar desamparados. Estarão protegidos. Muitos me entenderam e foram para casa, mas alguns ligaram para o sindicato”, destacou.
Segundo Soely, as dívidas continuam aumentando, mas pelos menos os funcionários terão a oportunidade de receber o seguro-desemprego e não vão passar momentos difíceis. “Agora, só peço saúde para continuar a estender as mãos para quem precisa. A nossa Mamãe Clory dizia que os seres humanos têm altos e baixos, quando você está no baixo quer uma mão estendida, que te traga para cima”, destacou a presidente, que trabalha como voluntária.
Para poder pagar o custeio da instituição, a presidente decidiu começar uma corrente do bem. “Se cada um der um grãozinho, com amor, vamos formar uma espiga e não estaremos mais lá embaixo, no fundo do poço, e poderemos trabalhar, porque só uma conta de luz aqui é quase R$ 5 mil. Lembrando uma frase da Mamãe Clory, ‘sozinhos não somos nada’ e é verdade.”
A ENTIDADE
O lar teve início em 1043, quando Clory Fagundes de Marques, um dos nomes mais importantes do ABC na área de assistência social, passou a cuidar de uma criança deixada em sua porta. Com o crescimento do “número de filhos”, resolveu deixar Andradina (SP) e em 1969 fundou o Lar da Mamãe Clory em São Bernardo, assistindo cem crianças. Desde 2003 o espaço conta com Núcleo Educacional para crianças de 4 meses a 14 anos; Núcleo de Idosos e Adultos portadores de deficiência; Núcleo de atendimento à Família e Curso de Gestantes.
Clory faleceu em 21 de novembro de 2011, aos 94 anos, deixando como legado de vida fazer o bem sem olhar a quem e sem pedir nada em troca. Pela entidade já passaram cerca de 1.500 assistidos e hoje o Lar da Mamãe Clory oferece atendimento a 200 crianças, cinco idosos, sendo quatro portadores de necessidades especiais. “Sou discípula de Mamãe Clory e, quando chegar a minha hora, quero estar perto dela”, destacou Soely.
Serviço – Os interessados em ajudar a instituição pode fazer transferência bancária diretamente na conta do Lar da Mamãe Clory ou depositar qualquer quantia no Banco Santander (033) – Agência: 0060, Conta corrente: 13001548-4. Mais informações sobre a entidade pelo telefone 4109-2773 e no site www.mamaeclory.org.br
Saibam a verdade no grupo dos trabalhadores prejudicados: https://www.facebook.com/groups/2601484776793134/
No dia 23 me chamaram no escritório, falaram que só poderiam me demitir se eu aceitasse um acordo do qual lançava mão dos mais de 20 anos de trabalho. Não aceitei, pediram para procurarmos meus direitos na justiça, sai sem dinheiro e sem o direito ao seguro desemprego. Prefeito de São Bernardo mais respeito pelos seus cidadãos, tome controle desta instituição que leva os seus funcionários.