O processo de falência da fabricante de autopeças Karmann-Ghia, de São Bernardo, que estava suspenso por liminar desde o dia 7 de dezembro, foi retomado ontem (26) por decisão do Tribunal de Justiça de São Paulo.
O desembargador Cesar Ciampolini Neto reconsiderou e decidiu restabelecer a decisão de primeira instância pela falência enquanto aguarda o julgamento final do mérito dos recursos apresentados pelo antigo proprietário, Dom Eudes Regnier Orleans e Bragança, pedindo o cancelamento do processo, e do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, pela sua continuidade. Ontem (27) a empresa foi novamente lacrada.
A falência da Karmann-Ghia foi decretada pela Justiça no dia 23 de novembro. O pedido foi ajuizado pelo sindicato no dia 28 de junho, devido ao abandono da fábrica pela direção da empresa, após longo período sem cumprir suas obrigações trabalhistas. A medida foi tomada pelo sindicato com objetivo de preservar algum patrimônio para os trabalhadores, que já estavam, naquele momento, há mais de um ano sem receber seus vencimentos e benefícios.
O quadro crítico foi confirmado pelo juiz responsável, Gustavo Dall’Olio, da 8ª Vara Cível de São Bernardo. Na sentença, ele reconheceu a gravidade da situação e afirmou que a falência era a “única medida cabível, considerando o crítico estado econômico-financeiro”.
“Vamos continuar acompanhando o processo. Nosso objetivo com a falência é tentar assegurar que os cerca de 600 trabalhadores prejudicados pela gestão da empresa possam receber seus direitos depois de anos de dedicação”, afirmou Rafael Marques, presidente do sindicato. (RL)