
A transferência do atacante Davó do Guarani ao Corinthians tornou-se pauta no campo jurídico. Em sentença publicada em 1º de julho, o juiz Francisco José Blanco Magdalena, da 9ª Vara Cível de Campinas, apontou fraude na negociação com o clube da Capital, no final do ano passado.
A Justiça cobra investigações mais detalhadas a fim de ressarcir a RDRN Participações e Empreendimentos Ltda. em R$ 35 mil. A empresa, desde março, exige acerto imediato com a equipe campineira e afirma que o processo de venda não foi feito de modo legal.
Em 2019, Davó foi liberado pelo Guarani por apenas R$ 700 mil mediante depósito feito até 18 de setembro – a multa rescisória ao mercado interno era estipulada em R$ 8 milhões. O dinheiro, utilizado para pagamento dos salários do elenco na reta final da Série B do Campeonato Brasileiro, foi recebido pela venda de 40% dos 60% dos direitos econômicos vinculados ao Guarani.
A avaliação do juiz é de que a negociação não poderia ter acontecido porque os direitos econômicos do jogador, pertencentes ao Guarani, estavam penhorados. Além disso, o pagamento pela aquisição não teria sido feita em conta vinculada diretamente ao Guarani.
Procurado pela reportagem, o Guarani se pronunciou, por meio da assessoria de imprensa. “O Departamento Jurídico do Guarani Futebol Clube ainda não foi notificado sobre a decisão e somente poderá se manifestar nos autos do processo. O Conselho de Administração destaca que todos os demais órgãos internos (Conselhos Deliberativo e Fiscal) acompanham o processo cumprindo todo o rito estatutário”, diz a nota oficial.